A BPARLSR promove uma mostra bibliográfica, no espaço Arte & Debates, de 12 de maio a 30 de junho, no âmbito da atribuição do “Prémio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2025”, ao filósofo Byung-Chul Han, crítico do neoliberalismo, e do modo como a sociedade contemporânea se organiza em torno da recolha de dados, o “dataísmo”, ou seja, em que o valor de qualquer fenómeno é determinado pela contribuição que o mesmo dá para o processamento de dados.
O filósofo na sua obra destaca o abandono à reflexão, à meditação e à desvalorização da individualidade, como aspetos que promovem o aparecimento de novas perturbações neuronais que descrevem o panorama patológico do início do século XXI. A própria crise da arte e da literatura estará associada ao desaparecimento da alteridade e à interpretação de que o valor das pessoas e das coisas é assumido como se fosse um objeto para transação comercial.
O júri do concurso referiu, “A obra de Han proporciona interpretações críticas sobre questões como a desumanização, a digitalização e o isolamento das pessoas. O seu olhar intercultural traz luz a fenómenos complexos do mundo contemporâneo e tem conhecido um amplo eco entre públicos de diversas gerações”.
Byung-Chul Han, nasceu na Coreia, estudou filosofia na Universidade de Freiburg e Literatura Alemã e Teologia na Universidade de Munique. Em 1994, fez o doutoramento na primeira destas universidades com uma tese sobre Martin Heidegger. Foi professor de Filosofia e Estudos Culturais na Universidade de Berlim, onde esporadicamente dá aulas.
É autor de diversas obras como A Sociedade do Cansaço; A Sociedade da Transparência; Topologia da Violência; Rostos da Morte – Investigações Filosóficas sobre a Morte; No Enxame: Reflexões sobre o digital; Psicopolítica; entre outras.