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Pinheiro, José Joaquim

[N. Angra, 22.12.1833 ? m. Angra do Heroísmo, 27.11.1894] Foi funcionário das Obras Públicas do distrito de Angra do Heroísmo, jornalista, homeopata e historiador.

Como jornalista foi redactor principal do *Liberal (1863-1864) e colaborou no *Angrense, o órgão do Partido Progressista e ainda no *Incentivo e no semanário O *Grémio Literário de Angra.

Na homeopatia, não só praticou como se empenhou na propaganda dos êxitos da sua utilização.

Mas ficou essencialmente conhecido pela sua obra de história Epocas Memoraveis da Ilha Terceira que é uma espécie de compêndio dos factos e das grandezas da ilha Terceira. Divide-se em seis épocas, a primeira de 1450 a 1580 (idade de ouro), a segunda de 1580 a 1583 (idade de prata); a terceira de 1583 a 1640 (idade de ferro), a quarta de 1640 a 1645, a quinta de 1645 a 1820 e a sexta de 1820 a 1832. Esta última foi redigida pelo seu filho Manuel Pinheiro depois do falecimento do pai, com base em apontamentos por ele deixados.

Joaquim Pinheiro não foi um investigador e a sua obra, patriótica e exaltante, pode-se inscrever nos propósitos de divulgação e por isso meritória, servindo por muito tempo como base de formação da juventude e da auto-estima dos terceirenses.

Merece ainda referência especial o seu artigo «Introdução da Imprensa nos Açores», que publicou no Conimbricense em 1886 e que foi transcrito no volume VIII de Arquivo dos Açores, que é uma fonte imprescindível para a história da imprensa açoriana. J. G. Reis Leite

Obras. (1866), Um caso de expulsão da taenia, pelo tratamento homeopático. Angra do Heroísmo, Tip. do Futuro. (1886), Introdução da Imprensa nos Açores, O Conimbricense, n.º 4.042 a 4.044, Maio [também in Arquivo dos Açores, 1982, 2.ª ed., Ponta Delgada, Universidade dos Açores, VIII: 485-493]. (1890-1896), Epocas Memoraveis da Ilha Terceira [dividido em seis épocas]. Angra do Heroísmo, Tip. do Lutador (a primeira, segunda, terceira e quarta época), Tip. Minerva (a quinta e a sexta época), edição do autor. (1891), Memória descritiva da horrorosa catástrofe na Ilha Terceira dos Açores, na noite de 22 para 23 de Julho de 1891. Angra do Heroísmo, Tip. Minerva.

 

Bibl. Dias, U. M. (1931), Literatos dos Açores. Vila Franca do Campo, Emp. Tip. Ltda.: 98-102. Dicionário Cronológico de Autores Portugueses (1990). Lisboa, Europa-América, II: 168-169.