[N. Porto, 1779 ? m. Almeida, 13.10.1835] Assentou praça como voluntário em 1796, sendo cabo em 1798. Reuniu-se ao Batalhão de Caçadores 5 em 1808, e foi promovido a alferes, 1809; tenente, 1811; capitão, 1813; major, 1820. Foi demitido em 1828. Já no Exército Liberal foi promovido a tenente-coronel, 1832; coronel, 1833 e brigadeiro, 1834.
Fez as campanhas da Guerra Peninsular entre 1808 e 1814, onde se distinguiu e foi condecorado. Como liberal opôs-se às tentativas de usurpação por parte de D. Miguel e por isso emigrou, em 1828, para a Galiza e daí seguiu para o exílio na Inglaterra (Plymouth). Desembarcou na Terceira em Fevereiro de 1829, para se reunir às tropas fiéis a D. Pedro IV, passando ao difícil comando do Batalhão de Voluntários da Rainha, destacado na Praia, que comandou até final de Outubro desse ano, sendo assim o seu comandante na acção de 11 de Agosto naquela vila. Em Maio de 1830 comandou o Batalhão de Caçadores 12, com o qual desembarcou no Mindelo integrado no Exército Liberal.
O Caçadores 12, depois da conquista do Faial pelo conde de Vila Flor, permaneceu na Horta e completou os seus efectivos com um recrutamento local de 361 homens, sendo considerado o «Batalhão Faialense» do Exército Libertador.
Em 1834, quando comandava o Regimento de Infantaria 11 pediu o governo do Castelo de S. João Baptista de Angra por se achar cansado e doente e como prémio de fim de carreira. Foi, porém, nomeado governador interino da província do Douro (1834), governador da província de Trás-os-Montes (1834-1835) e por fim governador da praça de Almeida, onde morreu.
Foi condecorado com as ordens de Avis, Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Torre e Espada. Por decreto de 23 de Setembro de 1835 pela «acrisolada, fidelidade, bravura e constante devoção cívica de que tem dado repetidas provas durante a sua longa carreira militar». Foi agraciado com o titulo de barão do Cabo da Praia, freguesia situada junto da vila da Praia onde comandou os voluntários da rainha. J. G. Reis Leite
Fontes. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), cxs. 39, 137 e 1952.
Bibl. A nobreza de Portugal (1961). Lisboa, Ed. Enciclopédia, III: 453. Vidal, J. (1940), Um Batalhão Faialense nas campanhas da Liberdade In Almanach Açores para 1941. Angra do Heroísmo, Liv. Andrade: 97-100, 137-140, 150-152.