Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Brito, António Pedro de (Vila Lobos)

(Barão de Cacela) [N. Tavira, 19.10.1782- m. Lisboa, 17.12.1841] Estudou latim na Aula Régia de Tavira e filosofia no Convento de S. Francisco. Mais tarde, estudou matemática na Aula do Regimento de Infantaria 14. Assentou praça no Regimento de Milícias da sua cidade natal, em 1797. Foi alferes em 1798, tenente em 1809 (no Regimento de Infantaria nº 14), capitão de granadeiros em 1810, major por distinção em 1813, tenente-coronel em 1820, coronel em 1821 (no Regimento de Infantaria nº 5), coronel-tenente-rei em 1824 (Praça de Abrantes), brigadeiro em 1832. Reformado no posto de tenente-general.

Tomou parte no levantamento contra os franceses em 1808, distinguindo-se na Batalha do Buçaco. Integrado no exército anglo-luso, notabilizou-se nas campanhas da Guerra Peninsular. Em 1822 foi nomeado para a expedição à Baía, onde chegou em 1823, tendo sido aprisionado pela esquadra brasileira. Libertado, regressou a Lisboa, onde foi acusado de liberal e preso no ano imediato, no Limoeiro. Em 1828 emigrou para Inglaterra, onde comandou a 3ª Divisão de Plymouth. Daí seguiu para a Terceira, onde em 1829 comandava as forças da ilha e combateu na batalha de 11 de Agosto desse ano, na vila da Praia.

Foi vogal da Junta de Justiça dos Açores (15.7.1829) e do Supremo Conselho de Guerra (27.3.1830). Comandou a 2ª Brigada nos Açores (19.3.1830) e, incorporado no Exército Libertador, desembarcou no Mindelo, comandando a 1ª Divisão. Tomou parte no cerco do Porto e acompanhou o Duque da Terceira na expedição ao Algarve, desembarcando, em 1833, na praia de Cacela. Por carta de 27.9.1835 foi feito Barão de Cacela.

Foi, alcançada a vitória liberal, nomeado Governador de Armas do Algarve. Por decreto de 6.12.1834 foi nomeado governador militar da Província dos Açores, onde chegou a 9.1.1835, sendo exonerado deste cargo a 5.3.1836, por aquele comando ter sido extinto. Foi, então, governador civil do distrito de Angra entre 4 de Maio e 17 de Setembro de 1836, não tendo aderido à Revolução de Setembro. Regressado ao continente, foi Governador de Armas do Minho. Aderiu à Revolta dos Marechais, em 1837, tendo de emigrar para a Galiza e sendo demitido do exército. Reintegrado, foi ainda suplente do Supremo Tribunal Militar.

Cruz de Ouro de 6 campanhas da Guerra Peninsular (28.3.1820), Cavaleiro da Ordem de Cristo (9.1.1823), Cavaleiro de Torre e Espada (25.7.1824), oficial (6.2.1832) e comendador (24.3.1834), cruz da Batalha da Vitória (27.4.1825) J. G. Reis Leite (Jul.2000)

Bibl. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 667. A Nobreza de Portugal (1960), Lisboa, Ed. Enciclopédia, II: 456. Sampaio, A. S. (1904), Memória sobre a ilha Terceira. Angra do Heroísmo, Imp. Municipal: 773-774.