[N. Angra do Heroísmo, 22.3.1910 ? m. Lisboa, 6.7.1978] Jornalista e escritor. Ainda estudante do Liceu, manifestou entusiasmo pelo jornalismo, fundando e dirigindo em Angra a *Cruzada Nova (1928), revista nacionalista de arte e doutrina. Em Lisboa, seguiu o mesmo percurso, onde fundou e dirigiu os periódicos Acção Nacional e Revolução, foi chefe de redacção do semanário literário Fradique, colaborador da revista integralista Política (1929-1931), chefe de redacção do Diário da Manhã (1944-1947), redactor principal, a partir dos anos 50, de A Voz, colaborador do Diário Popular, Acção e também do *Diário Insular, para o qual enviou centenas de artigos sobre questões nacionais mas também de âmbito local. No campo político, integrou-se no movimento nacional-sindicalista, conjuntamente com outro terceirense, Ramiro Valadão. Em vários artigos publicados na Revolução elogiou a subida de Hitler ao poder. Embora se mantivesse germanófilo, abandonou o nacional-sindicalismo para se integrar na União Nacional, com muitos outros companheiros que optaram por não enfrentar Salazar. A partir de então, passou a ser um dos homens fortes do Secretariado de Propaganda Nacional, fundou a agência oficial de informação, ANI, chefiou os serviços culturais da Mocidade Portuguesa (1943), onde organizou o sector da formação ultramarina e fundou uma escola de locutores. No campo literário, publicou um conjunto de novelas, em livro ou em jornais, o esboço de um romance, Diário de um intelectual comunista, e ainda O Mistério da serra interdita, publicado como sendo a tradução de uma obra assinada por Patrick Al-Cane, para além de variados artigos sobre literatura e arte. Após o «25 de Abril», fugiu para Espanha, seguindo depois para o Brasil. Regressou a Portugal onde acabou por falecer. Em 1948, foi agraciado com o oficialato da Ordem Real de Fénix. Carlos Enes
Obras principais. (1928), Ao Acaso. Angra do Heroísmo, Editora Açoreana. (1929), «Ao bater das Trindades ...» (da novela em preparação «Nossa Senhora da Terra Antiga»). Revista Insular e de Turismo, 36 [Setembro de 1929]. (1936), Diário de um intelectual Comunista. Lisboa, Acção-Editorial Império. (1941), «À volta das ilhas». Revista Acção, 19 [28 de Agosto de 1941]. (1945), O mistério da serra interdita. Lisboa, Biblioteca Aventura e Mistério.