Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Bastos, Francisco de Paula

(Barão e Visconde de Bastos) [N. Lisboa, 10.6.1793- m. Angra do Heroísmo, 2.9.1881] Assentou praça em Abril de 1809, sendo cadete em Julho seguinte. Foi alferes em 1811, tenente em 1814, capitão em 1821, major graduado em 1832 e efectivo em 1834, tenente-coronel em 1837, coronel em 1840, brigadeiro em 1842, marechal-de-campo em 1860, general de divisão em 1864, reformado por incapacidade física em 1866.

Participou na Guerra Peninsular e depois nas operações militares de 1823 a 1827 contra os ?rebeldes? e em 1828 contra o ?usurpador?. Derrotados os liberais, emigrou com a Divisão Constitucional para a Galiza e daí para Inglaterra. De Plymouth saiu no navio Bolivar para a ilha Terceira, onde desembarcou em 3 de Março de 1829. Passou a major do Regimento de Milícias nº 2, da Vila da Praia (1.4.1829), participando então na acção do 11 de Agosto naquela vila. Serviu no Batalhão de Caçadores nº 2, comandando a 3ª Companhia (1830-31). Foi mandado servir como oficial às ordens do governador militar de S. Miguel (3.9.1831). Ao contrário do que dizem alguns dos seus biógrafos, não acompanhou o Exército Libertador para o Porto, porque a 21.6.1832 foi nomeado governador da ilha de Santa Maria, com a incumbência de guardar o depósito de prisioneiros aí estabelecido. Permaneceu na ilha até Junho de 1835. Voltando ao continente, recebeu vários comandos, e em 1843 foi nomeado governador de Cabo Verde, onde permaneceu até 1845. Governou a praça de Elvas, em 1846, e a 9ª e a 7ª Divisões, em 1845 e 1847, respectivamente.

Foi então nomeado comandante da 10ª Divisão, sediada nos Açores, onde chegou em 1851, estabelecendo o quartel-general em Angra do Heroísmo, ao contrário dos seus antecessores, que o tiveram em Ponta Delgada. Em 1860, já marechal-de-campo, foi escolhido para ajudante-de-campo de D. Pedro V, mas foi exonerado logo de seguida a seu pedido. As forças vivas da Terceira pediram também insistentemente para que não saísse do comando da 10ª Divisão, elogiando a sua acção naquele posto e temendo que o seu sucessor regressasse com o seu quartel-general a S. Miguel. Foram atendidas e o marechal-de-campo voltou a ser nomeado comandante da Divisão, em 25.7.1860. Comandou-a até 1865, quando foi nomeado comandante da 7ª Divisão, mas não chegou a sair da Terceira, onde havia casado e estabelecido casa, alegando impossibilidade de saúde e sendo, por isso, reformado no ano seguinte.

Foi agraciado com o título de barão de Bastos (decreto de 18.4.1848) e de visconde (decreto de 18.5.1863). Foi fidalgo cavaleiro da Casa Real, do conselho de S. M. F. e recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Comendador de Nª Srª da Conceição de Vila Viçosa e Oficial de Torre e Espada, além das medalhas de ouro de Valor Militar, Bons Serviços e Comportamento Exemplar e da Batalha de Vitória. J. G. Reis Leite (Jul.2000)

Bibl. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 1845. A Nobreza de Portugal (1960), Lisboa, Ed. Enciclopédia, II: 406.