[N. Santa Cruz, ilha das Flores, 18.11.1826 ? m. Boston, E.U.A., 16.10.1873] Cônsul de Portugal em Boston e escritor. Com 14 anos de idade, acabados os estudos primários na sua ilha, fixou-se na Horta onde se relacionou com gente importante da cidade nomeadamente com os cônsules brasileiro e americano. Em 1848 emigrou clandestinamente na barca baleeira Arnolda e viveu quatro anos na caça da baleia no Pacífico sendo «trancador» e um exímio artista de «scrimshaw». É-lhe atribuída um famoso «scrimshaw» que representa a princesa Alvilda, a célebre mulher pirata, que pertenceu a Jacob Thomaz e hoje se encontra, por doação, no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico.
Fixou-se em 1852 em Boston onde aperfeiçoou o domínio da língua inglesa que dominou na perfeição, dedicou-se ao negócio da laranja que recebia do Faial através das velhas amizades com os cônsules do Brasil e da América. Em 1866 casou com uma irlandesa, Grace Madigan e tornou-se armador em sociedade com o irmão Guilherme, com a construção de um navio, o Kate Williams que fez a sua primeira viagem à Horta, em 1870.
Foi vice-cônsul do Brasil em Boston e posteriormente, mas em data que se desconhece, nomeado cônsul de Portugal naquela cidade. Foi ainda jornalista, com colaboração em vários jornais e publicou um livro, A trip to the Azores, sendo ainda o editor da 1.a edição do Testamento de D. Burro, do padre *Camões [ver Camões, António José (pe.)].
Suicidou-se, sem qualquer causa aparente, na cidade de Boston, em 1873. J. G. Reis Leite
Obra. (1867), A trip to the Azores or western islands. Boston, Lee and Shepard.
Bibl. Correio da Horta (1985-1986). Tomaz, Jacob. 12 de Fevereiro a 16 de Setembro. Trigueiros, J. A. A. (2004), Florentinos que se distinguiram (contributo histórico). Lajes, Câmara Municipal das Lajes das Flores: 69-73. Silva, I. F. (1973), Dicionário Bibliográfico Português. 2.a ed., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, XVI: 144 [«Dicionário de Inocêncio»].