Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Abreu, José Júlio da Rocha

[N. Angra do Heroísmo, 13.1.1857 - m. Lisboa, 7.12.1938] Era filho de Bento José de Matos Abreu, conhecido comerciante da praça de Angra, a cuja firma foi associado em 1875, quando ainda não tinha completado 18 anos («Bento José de Matos Abreu & Filho»). Depois da morte de seu pai, herdou a firma, que passou a gerir sob o seu próprio nome, que se manteve até cessar as suas actividades comerciais em 1993.

Entre outros cargos de nomeação e eleição, foi director da Caixa Económica de Angra durante 21 anos (1892-1913), deixando uma marca tão profunda da sua administração que aquela casa bancária chegou a ser conhecida por a Caixa do sr. José Júlio. Em 1929, por proposta sua, a Caixa Económica aprovou a concessão de 100 contos para a construção do primeiro bairro social a ser construído na Terceira. Em 1930 foi declarado sócio benemérito da Caixa, tendo sido descerrado um retrato seu da autoria de Martinho da Fonseca.

Foi ainda presidente da Associação Comercial de Angra do Heroísmo, vereador da Câmara Municipal desta cidade, presidente da Junta Geral e vice-cônsul do Uruguai na Terceira. Por ocasião da visita régia aos Açores, foi condecorado com o grau de comendador da Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa (decreto de 19.7.1901), venera que recusou, bem como o título de visconde de Moledo (designação de uma sua grande propriedade agrícola nos Biscoitos), cuja atribuição se não chegou a fazer por ter recusado aceitá-lo, quando para tanto foi previamente abordado. Dotado de espírito generoso e altruísta, esteve ligado aos mais significativos movimentos de assistência pública em Angra e mantinha uma assídua presença financeira no apoio às casas de caridade e asilos da infância desvalida. Jorge Forjaz e António Maria Mendes (Fev.1997)