[N. Sé, Angra do Heroísmo, 26.3.1875 ? m. Lisboa, 30.8.1931] Reitor do Liceu. Frequentou o liceu de Angra onde foi vítima de um acidente que o marcou para o resto da vida. Nas brincadeiras com colegas mais idosos foi projectado contra uma coluna que o magoou num joelho. Esteve quatro anos de cama imobilizado, mas não deixou de se preparar para os estudos. Já em Lisboa, a doença que o acompanhava levou-o a amputar a perna direita, tendo desistido do curso de Medicina. Concorreu para professor de ciências físico-naturais e foi colocado no liceu de Lamego, em 1898, sendo transferido para o de Angra, em 1902. Aqui exerceu o cargo de reitor, de Outubro de 1910 até à data da sua transferência para Leiria, em 1923. Passou ainda por outros liceus em Coimbra e em Lisboa. No liceu de Angra distinguiu-se dos outros professores pela forma prática como leccionava a sua disciplina e por não empregar estratégias de aprendizagem baseadas na memorização. Na área política, militou no Partido Republicano, colaborou e dirigiu (1905) o jornal O Tempo. Pertenceu à maçonaria, com o nome simbólico de Voltaire, ligado à Loja União e Liberdade. Regularizou-se no GOLU [Grande Oriente Lusitano] em 1905 e tinha o grau 20, em 1911. Carlos Enes
Bibl. Agostinho, J. (1933), José Augusto dos Santos. Angra do Heroísmo, Livraria Editora Andrade. Leite, J. G. R. (1995), Política e Administração nos Açores de 1890 a 1910 ? o primeiro movimento autonomista. Ponta Delgada, Jornal de Cultura, Anexos: 80. Lopes, A., A maçonaria portuguesa e os Açores ? 1792-1935 [inédito].