[N. Lisboa, 1782 ? m. Angra do Heroísmo, 3.5.1840] Era, em 1794 cadete do Regimento de Artilharia da Corte passando a alferes em 1797 colocado no Batalhão de Infantaria com exercício de artilharia da ilha Terceira, ano em que este foi criado. Foi sucessivamente promovido a tenente, em 1804; capitão, em 1812 e major em 1828. Fez o curso de Matemática da Academia Militar da cidade de Angra.
Durante a Capitania-Geral foi em 1811 enviado à ilha de S. Jorge para inspeccionar o material de artilharia e instruir as ordenanças e os oficiais inferiores das milícias e em 1819, com o mesmo serviço às ilhas de S. Miguel, Santa Maria e Faial.
Aderiu à revolta em Angra de Caçadores 5 para restabelecer a Carta Constitucional, em 22 de Junho de 1828, sendo então nomeado governador do Castelo de S. Sebastião, o Castelinho, e de seguida comandou a artilharia do Castelo de S. João Baptista, foi enviado pelo governo interino para o destacamento na vila da Praia, lugar de confiança política e posto avançado para combater os guerrilheiros absolutistas, mas perante a ameaça destes resolveu regressar com o destacamento e a artilharia ao Castelo de S. João Baptista e deixando a vila da Praia às milícias absolutistas que a ocuparam. No recontro do Pico do Celeiro em Outubro de 1828 foi ele que comandou a meia brigada de artilharia que se mostrou decisiva para a vitória liberal.
Quando se formou a *Junta Governativa, presidida pelo general Cabreira, esta formou uma Comissão Militar, em Novembro de 1828, para substituir a Junta Criminal, integrando-a como seu membro Morais Rego.
Participou no exército de Vila Flor na conquista de S. Miguel, onde foi ferido (1831), mas não foi integrado no Exército Libertador. Regressou a Angra para comandar as batarias do Castelo de S. João Baptista, posto que ocupou até 1835.
Apesar desta brilhante folha de serviços à causa liberal Morais do Rego não era bem visto pelos seus superiores que o consideravam de inquebrantável firmeza política mas venal e por isso incapaz de servir lugares de responsabilidade em períodos de normalização e por isso foi graduado em tenente-coronel (decreto de 5 de Setembro de 1837) mas nunca conseguiu passar a efectivo, nem ser nomeado comandante da artilharia da 10.ª Divisão como era seu desejo. Ao morrer ocupava o lugar de major de praças no Castelo de Angra. J. G. Reis Leite
Fonte. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), cx. 158.
Bibl. Drumond, F. F. (1981), Anais da Ilha Terceira. 2.ª ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, IV: 119, 128, 158, 163, 164, 169, 173, 183.