Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Ramos, Alexandre Martins Pamplona

[N. Praia da Vitória, 6.6.1864 ? m. Angra do Heroísmo, 4.2.1933] Médico e governador civil. Sempre se distinguiu pelas suas capacidades intelectuais, tendo-se diplomado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Ainda frequentando o 5.º ano, diagnosticou pela primeira vez, em Portugal, uma hemoglobinúria paraxística a frigore. Terminada a licenciatura exerceu clínica fugaz no Bombarral e regressou à Terceira. Foi nomeado médico municipal e subdelegado de Saúde na Praia da Vitória, onde enfrentou vários surtos de peste, tendo-se dedicado ao seu estudo. Tornou-se muito popular pela assistência que prestava às camadas mais pobres da população, tendo recebido homenagens em várias freguesias, com touradas e arraiais. Conjugou essa popularidade com o seu empenhamento político. Se, pessoalmente, não retirou qualquer benefício, a não ser o prazer de vencer, nas suas negociações conseguia obter a colocação de familiares em lugares elegíveis. Foi o caso de Vicente e Mário *Ramos, irmão e filho, respectivamente. Começou por militar no Partido Regenerador, do qual foi dirigente na Praia da Vitória, no início do século XX. Após uma dissidência, transitou para o Partido Progressista, em 1910, e no período da República pertenceu à União Republicana, chefiado por Brito Camacho. Mas isso não o impediu de alianças secretas e tácticas com o Partido Democrático. Embora tivesse conseguido maioria de votos em várias eleições, recusou-se a exercer qualquer cargo, excepto quando aceitou o cargo de governador civil (de 21 de Março a 19 de Setembro de 1925), nomeado pelo Partido Democrático. Faz parte da toponímia praiense, com uma lápide colocada, em 1909, na casa onde nasceu. Carlos Enes

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