Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Pita, Nicolau Caetano de Bettencourt

[N. Funchal, ilha da Madeira, 6.12.1790 ? m. Angra do Heroísmo, 20.5.1857] Fez os primeiros estudos na ilha da Madeira matriculando-se na Universidade de Edimburgo (1807) onde recebeu o grau de Doutor em Medicina (1812). Regressado ao Funchal foi autorizado a exercer a medicina por carta de 8 de Março de 1814. De formação liberal envolveu-se na política do vintismo e nos acontecimentos que se desenvolveram na Madeira entre 1820 e 1823. Foi o redactor do semanário político Patriota Funchalense (1821), tendo introduzido na ilha a imprensa. Restabelecido o absolutismo (1823) foi julgado por uma alçada enviada à Madeira e deportado para a ilha Terceira onde chegou em Dezembro desse ano.

Foi então nomeado médico do hospital militar da ilha e graduado em major (1827).

Quando se deu a revolta liberal de 22 de Junho de 1828 em Angra aderiu, sendo signatário do auto de aclamação de D. Maria II. D. Pedro nomeou-o, em 1832, médico do Exército. No ano seguinte delegado do físico-mor e em 1837 delegado do conselho de saúde pública.

Na Terceira foi redactor de O Liberal (1835) e do Angrense, jornal da esquerda liberal. Exerceu cargos públicos como vereador da Câmara, conselheiro de distrito e procurador à Junta Geral.

Pertenceu a diversas sociedades científicas, como a Real Sociedade Física de Edimburgo, a que presidiu em 1811, e a Sociedade de História Natural e foi sócio correspondente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. Filiado na Maçonaria fez imprimir no Funchal a Constituição Maçónica (1823).

Era Cavaleiro da Ordem de Cristo. J. G. Reis Leite

Bibl. Portugal Ribeiro (1857), Necrológio, O Angrense, Angra do Heroísmo 28 de Maio. Marques, A. H. O. (1997), História da Maçonaria em Portugal. Lisboa, Editorial Estampa, III: 568-569.