[N. ?, 1837 ? m. Horta, 3.6.1912]. Político e benemérito. Era filho do Dr. António da Terra Pinheiro e de Ana Isabel de Sousa. Casou com Maria Josefina Correia da Terra Pinheiro, viúva de Francisco Carvalho de Medeiros, possuidora de fortuna, em 1867.
Foi governador civil da Horta por decreto de 18 de Julho de 1881 a 25 de Fevereiro de 1886. Sucedeu a Manuel Francisco de Medeiros, quando António Rodrigues Sampaio, do Partido Regenerador, formou governo e foi sucedido por Medeiros quando, nos começos de 1886, os progressistas de José Luciano de Castro substituíram os regeneradores na liderança do Governo em Lisboa.
Foi presidente da Câmara Municipal da Horta de 14 de Janeiro de 1874 a 28 de Dezembro de 1877, quando, segundo Baptista (1908: 511), «apesar de com pouco, fez muito, e em que a sua generosidade, não apregoada mas latente, se manifestou numa das maiores crises alimentícias que aí se verificaram».
Segundo Baptista (1908: 511), «exerceu com extrema hombridade e rara dedicação os cargos de governador civil e de presidente da Câmara».
Viveu e morreu na casa número 6 da rua de Santo Inácio, Horta, que integrava uma propriedade com 136,82 centiares de terra lavradia com algum arvoredo e 4 casas de moradia, que confrontava a norte com a rua do Dr. Mello e Simas, a oeste com a rua do médico Avelar e prédio de Victor Frayão, a sul com mestre Nunes e a leste com a travessa de Santo Inácio. (Telégrafo (O), 1912a; b).
Deixou testamento beneficiando parentes, empregados, serventes e instituições, entre elas o Hospital-Asilo de Santa Maria Madalena, instituído por sua mulher, já falecida, e a freguesia do Capelo, com as suas casas para servirem de escolas dos dois sexos (Telégrafo (O), 1912).
Em sessão ordinária de 29 de Outubro de 1896, a Câmara Municipal da Horta, por proposta do vereador Padre Ávila deliberou que a rua que vai desde a rua do Cônsul Dabney até à ermida de Santa Bárbara se denominasse «Rua do Conselheiro Terra Pinheiro» (Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta, Câmara Municipal da Horta, Vereações, Liv. 48).
Também na vila da Madalena, a antiga rua da Calheta tem o seu nome desde Janeiro de 1905 (cf. Duarte Jr., 2000: 160). Luís M. Arruda
Fonte. Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta, Câmara Municipal da Horta, Vereações, Liv. 48.
Bibl. Baptista, A. (1908), Álbum Açoriano. Lisboa, Editores Oliveira e Baptista. Duarte Jr., T. (2000), A Matriz da Madalena e três dos seus padres. Madalena, Câmara Municipal da Madalena. Lapa, A. (1962), Governadores civis de Portugal: Lisboa. Lisboa, s.e.. Telégrafo (O) (1912a), Horta, n.º 5.464, 3 de Junho [notícia da morte]. Telégrafo (O) (1912b), Horta, n.º 5.471, 11 de Junho [Testamento do Consº. António Patrício da Terra Pinheiro].