[N. Velas, S. Jorge, 14.9.1667 (baptizado em 21 do mesmo mês e ano, na igreja matriz) ? m. Belém, Grão-Pará, Brasil, 9.4.1733] Primeiro bispo de Grão-Pará. Filho de João de Ávila Bettencourt e de Maria da Silveira. Com 19 anos de idade, entrou no claustro dos carmelitas calçados, cujo hábito recebeu no convento da Horta, em 31 de Outubro de 1686. Ainda aqui, foi lente de teologia e, interessado pelas questões da ciência, dedicou-se aos estudos teológicos que viria a aperfeiçoar no Colégio de Coimbra, onde foi admitido em 21 de Outubro de 1691 e onde defendeu conclusões públicas na presença do Geral da Ordem.
Escolhido pelo padre Bartolomeu do Quental, viria a ocupar o lugar de Prefeito dos Congregados do Oratório no Brasil, distinguindo-se pela qualidade dos discípulos que formou na casa da Congregação, no Recife, onde chegou no princípio do ano de 1696. A Congregação do Oratório e o seu fundador também lhe ficaram a dever a observância dos seus estatutos no Reino Unido. Teve provisão de Qualificador do Santo Ofício em 4 de Dezembro de 1704.
Retirado no convento do Carmo, em Lisboa, regressaria a Coimbra para receber o grau de Doutor na Sagrada Teologia (16 de Março de 1702), conferido pelo cardeal Conti, Núncio Apostólico, depois Inocêncio XIII.
Foi eleito bispo de Grão-Pará, por D. João V, em 9 de Novembro de 1717, confirmado por Clemente XI e sagrado na igreja paroquial pelo cardeal e primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, em 22 de Dezembro de 1720. Chegou à cidade de Belém, sede do bispado, a 29 de Julho de 1724. Na diocese distinguiu-se como educador, pregador, catequista e pela modéstia com que vivia.
É referido como tendo escrito várias obras de que apenas duas foram impressas.
Tomou como apelido Pilar, da ermida e morro daquele nome próximos da casa onde nasceu. Luís M. Arruda
Obras: (1704), Exequias do verº D. Fr. Francisco de Lima, 3º bispo de Pernambuco, celebradas na sua diocese. Lisboa. (1720), Sermões. Lisboa.
Bibl. Avelar, J. C. S. (1902), Ilha de S. Jorge (Açores). Apontamentos para a sua história. Horta, Typ. Minerva Insulana. Cunha, M. A. (1981), Notas históricas. Ponta Delgada, Universidade dos Açores. Pereira, J. A. (1940), Memória histórica sobre açorianos que foram bispos. In Livro do primeiro congresso açoriano que se reunio em Lisboa de 8 a 15 de maio de 1938. Lisboa, Casa dos Açores: 275. Santiago, J. (1734), Oraçam funebre panegyrica, e historica, que nas sumptuosas exequias, que em 10 deste mez de Fevereyro do presente anno de 1734 se celebrarão na Igreja do Real Convento de N. S. do Carmo da Cidade de Lisboa Occidental ... Arquivo dos Açores. Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 3: 365-382. Sousa, J. D. (2003), Ilha de S. Jorge, apontamentos históricos e descrição topográfica. Velas, Câmara Municipal das Velas.