Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Henriques, Frederico Augusto Cristiano de Freitas (barão de Freitas Henriques)

[N. Santa Cruz, ilha das Flores, 8.2.1853 ? m. ?, ?] Pertencia à mais distinta nobreza da sua ilha natal. Filho de José Cristiano de Freitas Henriques e de Ana Henriqueta Henriques era neto paterno do sargento-mor José António de Freitas Henriques. Foi seu padrinho Augusto Machado de Faria e Maia, herdeiro do senhorio das Flores. Casou duas vezes, a primeira em Santa Cruz, a 12 de Abril de 1886, com Maria Luísa da Silveira e a segunda, já viúvo, a 11 de Outubro de 1911, com Ressurreição Maria de Mendonça Freitas.

Freitas Henriques fez fortuna no comércio e negócios, mas em 1911 estava praticamente falido, sendo protagonista de um drama na vila de Santa Cruz pois convencera um funcionário das finanças a emprestar-lhe dinheiro daquela repartição por alguns dias. Não o pode, porém, pagar e como chegou às Flores um inspector da Fazenda não foi possível continuar a encobrir o desfalque o que levou, Francisco António da Silveira, o recebedor do concelho e por isso responsável pelo cofre, a suicidar-se. Freitas Henriques, que nessa ocasião era também funcionário público, encarregado da estação postal, desapareceu, dizia-se que para se ausentar da ilha. No inquérito que se seguiu apurou-se que Freitas Henriques se servira também de dinheiros do cofre da estação postal. Foi suspenso do emprego e os seus bens (terras, casas e recheios) vendidos em hasta pública e por fim reformado compulsivamente.

Foi agraciado pelo rei D. Carlos durante a visita régia aos Açores, em1901, com o título de barão de Freitas Henriques, por mercê de 27 de Julho de 1901 que, contudo, não foi registado na Torre do Tombo.

Morreu depois de 1924, data em que lhe foi passada uma cédula pessoal.

 

J. G. Reis Leite

 

Fonte. Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta, Paroquiais, Baptismos de Santa Cruz das Flores, livro 9 (1842 a 1857), fl. 165.

 

Bibl. Nobreza de Portugal (1960). Lisboa, Editorial Enciclopédia, II: 623. Silveira, P. (1973), Cronologia In Roberto Mesquita, Almas cativas e poemas dispersos. Lisboa, Ática: 235-236.