[N. Santo Espírito, Vila do Porto, ilha de Santa Maria, 1.1.1885 ? m. Água de Pau, Lagoa, S. Miguel, 2.8.1967] Assentou praça incorporado como soldado de Artilharia no Batalhão n.º 2 de Artilharia de Guarnição em 1905. Foi promovido a cabo, em 1906 e 2.º sargento em 1907. Passou à reserva em 1910, domiciliando-se na Povoação. Reintegrado no Exército em 1911 foi colocado no Faial onde permaneceu pelo menos até 1917. Em 1918 foi colocado no Regimento de Infantaria 25, em Angra do Heroísmo e promovido a alferes e por fim a tenente em 1921.
Já em Ponta Delgada aderiu à revolta de Abril de 1931, contra a ditadura militar, assumindo o comando da bataria do Castelo de S. Brás e mesmo vencido o movimento recusou render-se resistindo por duas semanas ao cerco que as tropas fiéis à ditadura puseram à fortaleza. Foi demitido do Exército em 15 de Abril de 1931 e por fim reintegrado, na situação de reserva, 1 de Janeiro de 1952. Continuou a viver em Ponta Delgada, onde em 1933, foi preso por pertencer à loja maçónica Silêncio e Acção. Em 1941 e 1949 viveu na ilha da Madeira regressando neste ano a Santa Maria e em 1963 fixou residência em Água de Pau, na ilha de S. Miguel.
Como jornalista usou o pseudónimo de João das Ilhas e foi proprietário e director de dois jornais em Angra do Heroísmo, A Pátria (1925) e o Jornal das Ilhas (1926), de inspiração democrática e progressista.
J. G. Reis Leite (2006)
Bibl. António Coelho Braga. Um mariense, democrata e republicano (2004) In A República, a autonomia e o futuro [Catálogo das exposições do Dia dos Açores]. S.l., Direcção Regional de Cultura: 11-32. Silveira, P. (1998), Vitorino Nemésio: da Nau Etérea a La Voyelle Promise e o Bicho Harmonioso In Vitorino Nemésio vinte anos depois. Ponta Delgada, Lisboa, Ed. Cosmos: 253.