[N. Lisboa, 7.9.1843 ? m. Ibid., 11.5.1917] Assentou praça em 1860. Foi alferes em 1865, tenente em 1868, capitão em 1873, major em 1884, tenente-coronel em 1888, coronel em 1893 e general-de-brigada em 1903 e passou à reserva como general-de-divisão em 1910.
Foi nomeado para a Companhia de Artilharia da Guarnição da ilha Terceira por decreto de 19 de Dezembro de 1868 e em 1870 passou a Companhia n.º 1 dos Açores. Foi neste arquipélago que iniciou a sua actividade como jornalista, que o distinguiu toda a vida. Em Angra do Heroísmo redigiu o Jornal do Grémio Literário e a Lágrima e nessa cidade tornou-se conhecido como bibliófilo, nomeadamente pelo seu interesse pelos primórdios do jornalismo nas ilhas, coleccionando jornais antigos. Participou também no movimento cultural insular, principalmente na fundação de bibliotecas e divulgação de leitura. Escreveu dois opúsculos sobre temas açorianos. Na legislatura de 1894 foi eleito deputado pelo círculo da Horta, mas já anteriormente (em 1882 e 1892) exercera mandatos por círculos continentais.
Na capital, posteriormente, distinguiu-se no jornalismo, sobretudo como redactor da Revolução de Setembro, que dirigiu quando da morte de Rodrigues Sampaio. Foi ainda professor do Colégio Militar e director da Sociedade de Geografia, aparecendo o seu nome associado às comemorações centenárias de Camões, do descobrimento da Índia e da Guerra Peninsular. J. G. Reis Leite (Fev.2001)
Obras. (1872), Independência e instrução. Discurso proferido na inauguração da bibliotheca popular do club popular angrense em 1 de Dezembro de 1871. Lisboa, Imp. Lallenont-Pères. (1877), José Maria Pacheco de Aguiar, memória histórica e biographica. Lisboa, Imp. Sousa Neves.
Fontes. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 125 e 1314.
Bibl. Silva, I. F. (1973), Diccionario Bibliographico Portuguez. 2.ª ed., Lisboa, Imp. Nacional, X: 207, Aditamentos: 195 [«Dicionário de Inocêncio»].