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Brandão e Albuquerque, Sebastião Carlos da Costa

[N. Oliveirinha, Tábua, 7.10.1833 ? m. ?, 11.2.1927] Filho do capitão-mor de Oliveirinha e fidalgo da Casa Real António José da Costa Brandão Brito de Mesquita Vaz Velho Castelo Branco, descendente em varonia do tronco dos Brandões portugueses e administrador dos vínculos do Ervedal da Beira e dos Sousas Machados de Midões, e de sua mulher D. Teresa Augusta de Albuquerque Pinto Tavares. D. Carlos I concedeu-lhe o título de visconde de Ervedal da Beira por decreto de 9 de Novembro de 1893. Foi bacharel formado em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1855, e fidalgo da Casa Real por alvará de 24 de Maio de 1869.

Seguiu a carreira administrativa, em 1859 era administrador do concelho de Vila Nova de Ourém, e em 1860 de Tomar. No ano de 1862 foi nomeado delegado do procurador régio na comarca de Figueiró dos Vinhos e, depois, sucessivamente, de Vila Franca de Xira, Braga e Ceia. Em 1874 ascendeu a juiz de fora da comarca de Miranda do Douro, donde transitou para Santa Comba Dão em 1875, Montijo em 1877 e, posteriormente, Almada.

No ano de 1882, já com a categoria de juiz de 1.ª classe, transitou para a Guarda e, seguidamente, para várias varas de Lisboa. Em 1894 foi promovido para a 2.ª instância, sendo colocado na Relação dos Açores. Terminou a sua carreira na sequência da promoção a juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Lisboa, em 22 de Fevereiro de 1908.

Militante do Partido Regenerador, foi deputado em várias legislaturas, do Conselho de Sua Majestade e fidalgo da Casa Real. Casou em 7 de Janeiro de 1867 com D. Emília Abranches Homem.

Começou por escrever as suas impressões de viagem para S. Miguel e da ilha de S. Miguel, não para publicar mas sim para transmitir à família. Assim sendo, elas são, no seu juízo, intimistas e pessoais.

Passou depois a publicar, assinadas por visconde do Ervedal da Beira, algumas dessas impressões ao Diário dos Açores, jornal de Ponta Delgada, tendo Manuel Jacinto da Câmara editado um folheto, com o nome de Narrativas Insulares, esses artigos aparecidos no jornal entre Abril e Maio de 1894. Nesse mesmo ano apareceu então o livro em Lisboa.

É um livro típico da literatura de viagem, muito impressionista, escrito por um bom observador, culto e com uma prosa elegante. Compraz-se em descrever paisagens, costumes e pessoas, sendo muitas vezes elogioso e muitas outras crítico.

São de destacar as suas descrições das Furnas e Sete Cidades, além das observações sobre as cidades de Ponta Delgada, das Festas do Santo Cristo e do Espírito Santo. Manuel Lamas e J. G. Reis Leite (2006)

Obra. (1984), Narrativas Insulares. Ponta Delgada, Typ. Ed. do Campeão Popular.