Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Barreto, D. José Trazimundo Mascarenhas (5.o marquês de Fronteira, 5.o marquês de Alorna e 8.o conde da Torre)

[N. Palácio de Benfica, 4.1.1802 ? m. ibid., 19.2.1881] Aristocrata e militar com biografia sobejamente conhecida e que tem o seu nome ligado aos Açores por ter acompanhado D. Pedro quando este em 1831 preparou no arquipélago o *Exército Libertador registando nas suas Memórias esse e outros períodos da sua vida. Era, então, jovem tenente de cavalaria e foi ajudante de campo do Conde de Vila Flor.

Começou a ditar as Memórias em 1861, propondo-se escrevê-las até essa época, mas acabou por terminá-las no ano de 1853. Tais Memórias são um eloquente testemunho deste período da nossa história, constituindo um relato de um aristocrata preocupado com a modernização de Portugal, liberal conservador. Não são um relato isento, mas a sua prosa, ainda que preocupada muitas vezes, é contudo recheada de ironia.

Aos Açores interessam directamente os capítulos IV, V e VI da Parte IV (1828-1833) que dedicou à preparação da viagem do imperador, a esta viagem e à estada nas ilhas, onde dá informações testemunháveis sobre a política da Regência, a organização do Exército Libertador e muitos pormenores da Corte e das intrigas palacianas. Além disso deixou muitas apreciações sobre as ilhas, as cidades de Angra e de Ponta Delgada e contínuas opiniões sobre pessoas que conheceu durante essa vivência insular, em que visitou Terceira, Faial e S. Miguel.

Vitorino Nemésio, que foi dos primeiros a chamar a atenção para a importância destas memórias, usou-as longamente para a sua obra Exilados, principalmente no capítulo ?A Terceira durante a Regência?. J. G. Reis Leite (2006)

Obra. (1986), Memórias do Marquês de Fronteira e d?Alorna D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda [4 vols.].

 

Bibl. A nobreza de Portugal (1960). Lisboa, Iniciativas Ed., II: 626.