Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

museus

Num mundo em acelerada mudança, os museus regionais e locais têm vindo a assumir um papel relevante na preservação da memória de modos de vida e de tradições que de outro modo seriam rapidamente esquecidos. Nesse aspecto, as nove ilhas que constituem a actual Região Autónoma dos Açores são um observatório privilegiado da constituição de um património museológico de considerável dimensão para o meio. Segundo o levantamento (Dezembro de 2005) foram inventariados 43 museus: oito dependentes da Direcção Regional dos Assuntos Culturais (se considerarmos, de acordo com a lei em vigor, que os museus do Pico fazem parte de um único Museu Regional); um museu sob a tutela do Ministério da Defesa Nacional; sete de Câmaras Municipais; seis de Juntas de Freguesia; igual número da Igreja; sete museus de colectividades; dois de empresas; e seis de particulares. O Museu do Corvo está previsto na lei, mas ainda se encontra em fase de projecto. De resto, todos os museus recenseados albergam colecções e têm exposições que são visitadas pelo público.

O Governo Regional e as Autarquias são os principais responsáveis pela criação de museus nos Açores. Quando a Região obteve o estatuto autonómico, em 1975, existiam nas ilhas somente dois museus públicos: o Museu Carlos Machado, na cidade de Ponta Delgada, e o Museu de Angra do Heroísmo.

O Museu Carlos Machado foi inaugurado em 1880, no âmbito das comemorações do tricentenário de Camões. Chamava-se, então, Museu Açoreano e o seu principal impulsionador foi o médico e professor de Ciências Naturais, Carlos Machado. Em 1914, decidiu-se ligar o seu nome à obra que tinha construído e dirigido até 1894, segundo o espírito científico da época. As suas colecções de História Natural têm, hoje, um enorme valor, nomeadamente, no domínio da Zoologia, da Botânica, da Geologia e da Mineralogia. O património do museu foi enriquecido, ao longo do tempo, com o apoio de figuras micaelenses de prestígio intelectual e social, como o Conde da Fonte Bela que ofereceu a colecção de Etnografia Africana e financiou a deslocação de um indivíduo a Lisboa para aprender taxidermia. Este funcionário veio a ter um papel importante nos trabalhos de classificação e conservação das espécies. A partir de 1912 Luís Bernardo Leite Ataíde passou a ser responsável pela Secção de Arte e de Etnografia, tendo contribuído para reunir um importante conjunto de peças. O acervo foi aumentado sob a direcção de Alfredo Bensaúde e de Armando Côrtes-Rodrigues, falecido em 1971, que legou o seu espólio pessoal ao museu. As primeiras colecções etnográficas do museu foram influenciadas pelo espírito do movimento regionalista das primeiras décadas do século XX. Após o 25 de Abril de 1974, o museu procurou melhorar e alargar as suas instalações, nomeadamente ocupando o antigo Recolhimento de Santa Bárbara e a Igreja do Colégio dos Jesuítas, inventariar e conservar as suas colecções, bem como modernizar a apresentação das suas exposições.

O outro museu existente na altura do derrube da ditadura era o de Angra do Heroísmo. Apesar de haver projectos para este museu desde o século XIX, só foi criado por um decreto de 1949 e, finalmente, inaugurado em 1957, aquando da visita presidencial de Craveiro Lopes. O empenho do Instituto Histórico da Ilha Terceira fora decisivo para a sua criação, destacando-se o seu presidente, Luís da Silva Ribeiro, e um dos seus membros, Frederico Lopes. Durante mais de três décadas teve como director Manuel Baptista de Lima, formado em histórico-filosóficas, com uma especialização em bibliotecas e arquivos, que imprimiu o seu cunho às colecções bastante plurais do museu. O sismo de 1 de Janeiro de 1980 afectou gravemente o edifício e as colecções do museu e obrigou ao seu encerramento. Durante aquela década o museu limitou-se a apresentar algumas exposições temporárias. A partir de 1989 o projecto museológico começou a ser reorganizado e, dois anos mais tarde, iniciaram-se as obras de reconstrução e adaptação do Convento de S. Francisco. A conclusão dos trabalhos, em 1998, permitiu que as portas do museu reabrissem parcialmente ao público. Por fim, no ano da celebração do cinquentenário foi possível abrir totalmente a exposição permanente.

Noutras ilhas também se tinham feito ensaios para a criação de museus, mas sem o mesmo sucesso. No Faial, as primeiras iniciativas de cariz museológico remontam aos anos 30 do século XX e deveram-se aos esforços de particulares, nomeadamente o professor Manuel Dionísio e o sargento Caetano Augusto Moniz. O primeiro possuía uma colecção de etnografia e de história natural, que viria a ser incorporada no acervo do Museu da Horta. A colecção do sargento Moniz, essencialmente dedicada à história natural, foi vendida pela viúva para o Museu Carlos Machado e para a Casa do Povo dos Cedros. O primitivo museu da Horta foi criado em 1940, no âmbito das Comemorações do Duplo Centenário da Independência e da Restauração, pela Junta Distrital da Horta. O Museu Etnográfico e de História Natural, como foi designado, ficou depois dos centenários sob a alçada da Câmara Municipal da Horta e instalado num espaço muito limitado, em condições deficientes. Assim, no final dos anos 60 acabou por encerrar as suas portas. Somente em 1977 o actual Museu da Horta viria a ser criado, no quadro das medidas políticas tomadas pelo Governo Regional para constituir museus nas ilhas dos Açores. Três anos mais tarde abriu a primeira exposição permanente ao público, especialmente dedicada aos trabalhos em miolo de figueira, que ainda hoje continuam a ser exibidos.

Entre outras tentativas anteriores ao regime autonómico, podemos referir o Museu Etnográfico de Santo Espírito, inaugurado em 1972 na ilha de Santa Maria. A concretização deste projecto deveu-se à iniciativa do pároco da freguesia do Santo Espírito, o padre José Maria Amaral. Este fora influenciado por um colega que tinha feito recolhas de peças na freguesia da Ribeira Chã, na ilha de S. Miguel, o padre João Caetano Flores, as quais viriam a ser o núcleo inicial do respectivo Museu de Arte e Etnografia, constituído em 1977 por decisão episcopal. Deste modo, a iniciativa de figuras destacadas da sociedade açoriana e de alguns particulares, com gosto pelo coleccionismo, tiveram uma importância decisiva na criação dos primeiros museus das ilhas.

Em 1977, o Governo Regional tomou em mãos a condução do processo e decidiu criar em todas as ilhas as Casas de Etnografia, com o objectivo de proceder a recolhas mais sistemáticas de artefactos e de tradições da cultura popular açoriana. Com a criação, no mesmo ano, do Museu da Horta, passaram a existir três museus principais nas antigas sedes dos distritos, dos quais dependiam as referidas Casas de Etnografia das restantes ilhas, em termos de orientação técnica. Os passos iniciais do poder político regional foram naturalmente cautelosos, porque tinham de fazer face à falta de pessoal técnico competente e às restrições orçamentais. Daí a constituição de uma estrutura hierarquizada que a dinâmica própria dos «bairrismos» insulares viria a pôr em causa, obrigando a reformular este primeiro esboço de rede regional de museus.

Logo em 1980, as Casas de Etnografia passaram a ser tratadas como museus na legislação, apesar de continuarem a ter um estatuto diferenciado. De acordo com a definição do Conselho Internacional dos Museus (ICOM), o Decreto-Lei n.º 45/80, de 20 de Março, estabelecia que «os museus são instituições permanentes, abertas ao público, que têm por objectivo recolher, conservar e expor os testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, para fins de estudo, educação e recreio» (Art.º 2.º, n.º 1). Aos museus eram cometidas tarefas no domínio da museografia, da investigação e da acção cultural. Ao mesmo tempo, era notória a preocupação de preservar o património cultural de cada uma das ilhas e de evitar que as peças de valor histórico fossem desenraizadas dos respectivos contextos.

Em 1991, um novo Decreto Regulamentar Regional definiu o regime geral dos museus públicos açorianos, distinguindo os Museus Regionais e os Museus de Ilha. Esta última designação vinha, definitivamente, substituir a de Casas de Etnografia, mas não era somente o nome que mudava. As atribuições também passavam a ser mais latas e o seu campo de acção estendia-se à relação entre o homem e o meio ambiente, ao património e à história de cada ilha. Neste sentido, toda a orgânica e os quadros de pessoal foram reformulados para procurar dar resposta aos novos objectivos. Este decreto teve uma importância fundamental no ordenamento jurídico da rede de museus açorianos e incorporava, no seu texto, algumas das modernas tendências de evolução deste sector de actividade.

A estrutura então criada manteve-se no Decreto Regulamentar Regional n.º 36/2000/A, de 7 de Dezembro, que reorganizou os serviços dependentes da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, na vigência do poder regional socialista. Assim, são actualmente classificados como Museus Regionais os três situados nas antigas capitais de distrito e o Museu do Pico que ascende a essa categoria e é composto por vários núcleos: o Museu dos Baleeiros, na vila das Lajes; o Museu da Indústria Baleeira, na vila de S. Roque do Pico; o Museu do Vinho, na vila da Madalena. Ao Museu do Pico fica cometida a missão de gerir e preservar o património baleeiro regional, qualquer que seja a sua localização. O Museu da Horta também é composto por um sector citadino e pelo Núcleo Museológico dos Capelinhos, com uma exposição fotográfica e documental sobre a erupção do vulcão. Os Museus de Ilha referem-se a todas as outras ilhas: Santa Maria, Graciosa, S. Jorge, Flores e Corvo, que deixa de estar previsto como extensão do Museu das Flores e ganha autonomia neste decreto. Estes museus podem ter extensões com denominações próprias, as quais têm de ser criadas por despacho do secretário regional competente em matéria de cultura. A diferença entre o Museu Regional e o de Ilha tem a ver com o âmbito da sua acção: o primeiro abrange o «património cultural existente na Região, independentemente da sua origem»; o segundo deve preferencialmente aglutinar «aspectos representativos das actividades culturais, económicas e sociais da ilha onde se localiza».

Esta política de preservação das memórias insulares tem custos financeiros relativamente elevados. Além do quadro de pessoal necessário para a actividade dos museus, há ainda a considerar todos os custos de manutenção dos edifícios, de conservação e aquisição de espécies e de funcionamento, a que as receitas dos museus estão longe de poder dar cobertura orçamental. De qualquer modo, o que importa salientar é o esforço que o Governo Regional tem vindo a fazer para desenvolver uma política museológica que permita conservar, inventariar e estudar o património natural e cultural das ilhas, bem como a sua história. Ao mesmo tempo, pretende-se divulgá-los junto do público, associando-se a actividade dos museus a políticas educativas e de desenvolvimento do turismo cultural. O museu deve integrar-se na comunidade envolvente e ser um pólo de dinamização da vida cultural das ilhas, sobretudo onde não existem casas de cultura.

O período de grande expansão dos museus açorianos foi nos anos 80 e 90 do século passado, aliás em consonância com o que se passou no continente. Dos 32 museus, cuja data de abertura ao público conseguimos apurar, 20 ocorreram nessas duas décadas. Uma parte destes museus surgiu por razões de ordem política, estimulados pelas medidas tomadas pelos governos regionais ou pelas autarquias. Mas muitas vezes havia focos de interesse museológico anteriores, suscitados por figuras locais que se empenharam em reunir colecções que vieram a constituir o legado inicial de várias instituições. Nem sempre essas colecções obedeceram aos melhores critérios de selecção e de sistematização, mas foram a semente onde germinaram os futuros museus. A sua criação foi também incentivada pelo desenvolvimento do nível de vida das populações, associado a novas necessidades educativas e culturais. Sem esquecer, naturalmente, a expansão do turismo e o papel que este tipo de infra-estruturas culturais desempenha na prática de tal actividade, em que o lúdico se pode estar associado à vontade de conhecer diferentes modos de vida e culturas. Finalmente, há outro elemento valioso neste processo recente de criação de museus: o papel desempenhado pelo Centro de Estudos Etnológicos da Universidade dos Açores, presidido por Rui de Sousa Martins, que contribuiu para renovar as concepções museológicas e para criar vários museus.

Em concreto, importa destacar o Museu Antropológico de Vila Franca do Campo, na ilha de S. Miguel, cujo projecto pioneiro surgiu em 1980 e foi fruto de uma parceria entre a Universidade dos Açores e a Câmara Municipal. As recolhas sistemáticas efectuadas, nomeadamente de cerâmica da Vila, de instrumentos musicais populares, de latoaria, de arte popular marítima, de utensílios de cozinha e de transportes tradicionais, permitiram constituir um acervo com qualidade etnográfica, que deve servir também como laboratório para o estudo da Antropologia. Em simultâneo, foi posto em marcha o conceito de musealização in situ, criando-se vários núcleos museológicos: a Olaria do Mestre António Batata, o Forno de Cerâmica de Manuel Jacinto Carvalho e a Central Hidroeléctrica da Praia, que data de 1911. Na Escola Básica da Ribeira Quente foi ainda aberto um núcleo com uma colecção de instrumentos e de documentação relacionada com a pesca artesanal, constituindo-se um museu escolar. O museu deixa, assim, de ser um espaço fechado, com objectos expostos em vitrinas, centralizado num edifício. Passa a ser um conjunto de espaços museológicos, inseridos no meio ambiente, que não se limita a preservar a memória de actividades em extinção, mas que contribui para as conservar tal como ocorrem na vida real. Serve, além disso, diversas funções: de laboratório de investigação, de preservação de actividades artesanais tradicionais da Vila, de documentação com fins pedagógicos, de divulgação junto do público e de conservação de um espólio que é um testemunho valioso da história local. Neste aspecto, a integração da Central Hidroeléctrica da Praia foi um passo fundamental para abrir os horizontes para a Arqueologia Industrial, rompendo com a ideia de que só importa conservar o que se liga com a vida rural e marítima. A execução deste projecto viria a influenciar outras iniciativas do mesmo género, na ilha de S. Miguel e no Pico.

De facto, as colecções etnográficas ocupam um lugar dominante no conjunto dos museus açorianos. Basta referir que dos oito museus tutelados pela administração regional, cinco possuem maioritariamente este tipo de colecções. Além disso, no acervo dos outros museus, privados ou tutelados por diversas entidades, também se constata a mesma tendência. A categoria de objecto etnográfico é atribuída pelas sociedades em função do interesse que se considera ter como testemunho do modo de vida e da cultura de uma dada comunidade. Assim, este atributo depende de um quadro de referência que permite identificar os objectos que são considerados mais representativos das características socioeconómicas e culturais de um dado agrupamento humano, ou seja, no fundo aqueles que estão de acordo com a imagem que se tem do respectivo passado. O aspecto ideológico é aqui decisivo e, desde o século XIX, que tudo o que se prende com a ruralidade tem sido valorizado pelas sociedades europeias, o que não é alheio a uma certa idealização do mundo pré-industrial e camponês. Deste modo, compreende-se que as colecções etnográficas regionais sejam dominadas pelos objectos do quotidiano rústico e das actividades agrícolas. Aliás, vários museus alojam-se em casas rurais abastadas, cujos espaços interiores e externos se procuram manter para serem visitados ? a loja, que servia de armazém, a eira, a atafona, o poço, o lagar. Comparativamente, apesar de se tratar de ilhas, as comunidades de pescadores e as pescas estão pouco representadas nos museus açorianos, o que retrata, por um lado, a escassa importância desta actividade ? inferior a 4% da população activa no início dos anos 90 ? e um imaginário colectivo muito marcado pelo ambiente campesino.

As colecções podem incluir os seguintes tipos de peças: utensílios e objectos de uso doméstico (loiça, mobiliário, decoração); objectos de uso pessoal (trajes, objectos de adorno, acessórios); equipamentos e alfaias agrícolas; apetrechos de pesca e de caça; equipamento de diversos ofícios tradicionais (com especial destaque para a olaria e a produção de cerâmica, a fiação e a tecelagem do linho e da lã, entre as múltiplas actividades das quais se procuram conservar as ferramentas e a memória das técnicas); meios de transporte terrestres e marítimos; instrumentos musicais; equipamento de actividades comerciais (pesos e medidas); objectos cerimoniais e de culto religioso; artes populares (scrimshaw, trabalhos de escamas de peixe e de miolo de figueira); objectos de lazer e desporto (brinquedos). Nos museus dependentes da DRAC, as áreas temáticas mais representadas são: equipamento agrícola, os objectos domésticos e pessoais, as artes e os ofícios tradicionais e os objectos cerimoniais e de culto (Gonçalves, 2004: 320). Os objectos relacionados com o culto do Espírito Santo ocupam um lugar de relevo nas colecções descritas no Roteiro de Museus (Colecções Etnográficas). As áreas menos representadas são os apetrechos de caça, as actividades comerciais e de desporto e lazer.

Uma menção especial merece a olaria, a vitivinicultura e a caça da baleia, porque qualquer uma destas actividades deu lugar a núcleos museológicos de considerável valor. Assim, na ilha de S. Miguel já referimos os núcleos do museu de Vila Franca do Campo dedicados à produção da cerâmica. Na vila da Lagoa, existe o Museu do Presépio Açoriano, desde 1996, que presta homenagem à actividade dos ceramistas populares. Na mesma vila, há o Museu da Cerâmica Vieira, ainda em laboração, que exibe a tradicional louça produzida naquela localidade. Mas diversos museus açorianos possuem colecções de cerâmica, uma parte da qual com interesse para o estudo desta actividade nas ilhas. Contudo, também são frequentes as peças que somente testemunham as relações com o exterior e o papel das ilhas açorianas como entreposto na navegação atlântica. Encontra-se, por isso, faiança de diversas regiões do mundo e do continente.

A vitivinicultura está representada em dois museus; o Museu do Vinho dos Biscoitos, da Casa Agrícola Brum, criado em 1990, e o Museu do Vinho, da vila da Madalena ? Pico, de 1999. O primeiro é um museu privado de carácter monográfico que ilustra todas as fases da produção do vinho verdelho dos Biscoitos, na ilha Terceira. O facto de estar situado numa quinta que continua a produzir vinho permite visitar as adegas e fazer a sua degustação. O Museu do Vinho, da ilha do Pico, famosa pela qualidade dos seus vinhos amadurecidos entre as pedras vulcânicas, insere-se num projecto mais vasto que foi delineado pelo museólogo francês François Hubert: Vignoble de Pico ? Quelques Réflexions pour un Musée de Site, publicado pela revista Arquipélago, da Universidade dos Açores (1990). A ideia consiste em desenvolver um sistema concêntrico que associa a paisagem das vinhas, com as suas tradicionais curraletas de pedra basáltica, a propriedade vinícola, do antigo Convento do Carmo, e uma exposição que conta ao visitante a história desta actividade: «Memórias do Verdelho: Epopeia da Pedra ? Uma Viagem e um Olhar». A paisagem da cultura das vinhas foi classificada pela UNESCO como património mundial e o Governo Regional, que superintende este verdadeiro ecomuseu, propôs-se desenvolver itinerários culturais e ambientais para promover as visitas na zona (Açoriano Oriental online, 25.5.2005).

Há notícia de que, logo nos anos 50, estudiosos americanos da actividade da caça das baleias, que estiveram no Pico, alertaram para a necessidade de constituir um museu, mas só nos anos 80 o projecto foi concretizado. O edifício do museu é formado por três casas dos botes baleeiros, de construção simples do século XIX. Sofreu obras de reabilitação e foi acrescentada uma tenda de ferreiro anexa, onde se fabricavam os arpões e outros utensílios de caça à baleia. Reconstituiu-se um «traiol» de derreter a gordura em frente do edifício e acrescentou-se ainda um novo espaço para biblioteca e arquivo. O Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, tornou-se um caso de sucesso junto do público pelo forte apelo que esta faina arriscada exerce sobre a imaginação das pessoas. Já nos anos 90, procedeu-se à musealização in situ da fábrica das Armações Baleeiras Reunidas, na vila de S. Roque, que iniciou a laboração em 1949, como forma de manter a memória das técnicas industriais e dos processos de fabrico dos produtos extraídos dos cetáceos, como farinha, óleos e adubos. Antigos empregados da fábrica têm uma colaboração directa no museu e fornecem o seu testemunho. Em frente da fábrica, ainda se podem observar as infra-estruturas do porto baleeiro e também estão conservadas as vigias de baleias. A actividade teve expressão noutras ilhas e, por isso, encontram-se musealizados outros núcleos relacionados com a baleia, nas Flores e na Graciosa. Ainda relacionado com a baleia, temos as colecções de scrimshaw ? a arte que utiliza os ossos e os dentes dos cetáceos para fazer obras delicadas e hoje bastante valorizadas ? que podem ser observadas no Museu dos Baleeiros e no Museu do Peter Café-Sport.

Deste modo, o panorama dos museus açorianos é marcado pelo facto de serem relativamente recentes na sua maioria. As primitivas colecções etnográficas, pouco sistemáticas, tiveram importância no arranque de muitos destes museus, mas têm vindo a ser ultrapassadas por uma concepção mais exigente do que deve ser um museu. Hoje, procura-se fazer uma apresentação contextualizada dos objectos que reconstitua os ambientes em que foram utilizados pelas sociedades. A ideia da musealização de sítios começou por ser ensaiada e posta em prática por Rui de Sousa Martins, na Vila Franca do Campo, e veio a estender-se a outros projectos. Na vila da Lagoa, foi musealizada uma tanoaria e uma tenda de ferreiro-ferrador, com a colaboração dos respectivos proprietários e artesãos. Noutros museus há núcleos que vão na mesma direcção, apesar de continuarem a subsistir as exposições heterogéneas que organizam de forma temática diversos tipos de objectos valorizados por serem «antigos». A ênfase que foi atribuída ao mundo rural marginalizou a cultura urbana e a indústria. Porém, a Casa-Museu de Armando Côrtes-Rodrigues, uma moradia urbana de ambiente regionalista, que é um núcleo do Museu Carlos Machado, e a musealização da Central Hidroeléctrica da Praia e das antigas fábricas da baleia mudaram um pouco a situação e abrem perspectivas para outros projectos idênticos. A indústria dos lacticínios talvez deva justificar a existência de um museu, apesar do fabrico artesanal do queijo da Ilha já estar representado no Museu de S. Jorge.

A maior parte das exposições permanentes dos museus açorianos são de carácter etnográfico, mas há também colecções de outros géneros em exibição: i) espécies das Ciências da Natureza; ii) Artes Plásticas; iii) Arte Sacra; iv) Artes Decorativas; v) Arqueologia e Epigrafia; vi) Armaria; vii) Transportes. O Museu de Artes e Tradições do Pico da Pedra mostra a bancada de um jornal local, com duas máquinas de escrever e a máquina de impressão. O Museu da Graciosa ainda conserva os dois primeiros geradores da central termoeléctrica da ilha. As medalhas, os selos, as moedas, entre outros objectos de coleccionismo, também estão presentes no acervo dos museus açorianos. Com efeito, parece que a história dos Açores e o modo de vida das suas populações estão razoavelmente documentados neste significativo conjunto de museus. O Museu de Angra do Heroísmo tem, inclusive, uma exposição onde se procura fornecer uma visão global da história dos Açores.

Torna-se, por isso, mais notória a falta de um museu da diáspora dos açorianos. O Museu da Emigração Açoriana que foi inaugurado no dia 9 de Setembro de 2005, pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, não parece reunir as condições, pelo menos por ora, para cumprir esse desiderato (A União online, 2.9.2005). Localizado no antigo Mercado do Peixe, no centro da cidade da Ribeira Grande, vai contar com o espólio das ofertas feitas ao anterior presidente do Governo Regional, Mota Amaral, nas suas deslocações pelas comunidades dos emigrantes açorianos. Trata-se de objectos de artesanato local, diplomas, bandeiras, galardões, peças de arte, etc., que serão ainda coadjuvados por uma exposição temporária que retrata o percurso de uma família micaelense entre a sua terra natal e a cidade de New Bedford, nos Estados Unidos ? «Memórias da Emigração ? Os Cabral de Mello, 1890-1930/São Miguel ? New Bedford». Outro objectivo deste espaço, assaz inusitado, consiste em ajudar os emigrantes a tratar de documentos, como certidões de nascimento e registos de casamento, através de um simples contacto telefónico para o «museu». O projecto recebeu apoio de um programa comunitário, o que recorda a influência que essas ajudas tiveram na expansão de iniciativas culturais no país.

Esta breve retrospectiva da história dos museus açorianos mostra de que forma estão ligados ao regime autonómico e às transformações mais gerais da sociedade portuguesa, nestes últimos trinta anos. Porém, a expansão dos museus, nas últimas décadas do século XX, é um fenómeno mais vasto que também teve repercussão no nosso país. No caso dos Açores, prende-se muito claramente com a preservação de memórias locais e com a afirmação da identidade regional. Maria Isabel João

Bibl. AÇORES, Roteiro dos Museus (s.d.). [Ponta Delgada], Região Autónoma dos Açores, SREAS ? Direcção Regional dos Assuntos Culturais. Gonçalves, M. C. M. (2002), Documentação das Colecções Etnográficas dos Museus da Rede Regional dos Açores. Atlântida, XLVII: 295-320. Id. (2004), Museus da Rede Regional dos Açores: Evolução do Enquadramento Legal. Atlântida, XLIX: 295-336. Patrimonia. Identidade, Ciências Sociais e Fruição Cultural (1999), n.º 5 (Especial: ?Açores: Memórias ? Identidades ? Políticas do Património?), Novembro. Património e Museus Locais (1992), n.os 1-2, II série, Junho/Dezembro. Roteiro dos Museus (Colecções Etnográficas) Açores e Madeira (1999). Lisboa, Edições Olhapim, V.

LISTA DE MUSEUS AÇORIANOS ? Dezembro de 2005

 

Designação

Localização

Data de criação

Dependência

Colecções

Museus Regionais

Museu Carlos Machado:

 

- Casa-Museu Armando Côrtes-Rodrigues

 

- Núcleo da Igreja do Colégio dos Jesuítas

Ponta Delgada

Antigo Convento de Santo André (XVI)

1880

DRAC*

Colecção Etnográfica; colecções de Arte e de Ciências Naturais valiosas.

Casa urbana

a)

 

Casa urbana de ambiente regionalista. Espólio literário e científico do poeta e etnólogo Armando Côrtes-Rodrigues.

Igreja do Colégio dos Jesuítas

2004

DRAC

Arte Sacra (peças dispersas pelas igrejas de S. Miguel e no Museu Carlos Machado).

Museu de Angra do Heroísmo

Angra do Heroísmo

Antigo Convento de S. Francisco (XVII)

1949 (inaugurado somente em 1957)

DRAC

Colecção Etnográfica; Artilharia e transportes militares; Arte Sacra e Paramentos; Pintura; Gravura; Artes Decorativas; etc.

Museu da Horta:

 

- Núcleo citadino

 

 

- Núcleo dos Capelinhos

Horta

Colégio dos Jesuítas (XVII-XVIII; reconstruído em 1926)

1977 ? 1980

(Criação e abertura ao público)

DRAC

Colecção Etnográfica; Cartografia; Arte Sacra; Artes Plásticas; Fotografia; Trabalhos de miolo de figueira; Telegrafia; Hidroaviação, etc. 

Freguesia do Capelo

a)

DRAC

Exposição fotográfica e documental sobre a erupção do vulcão dos Capelinhos

Museu do Pico:

- Museu dos Baleeiros

 

 

- Museu da Indústria Baleeira

 

 

- Museu do Vinho

 

 

Ilha do Pico

Colecção Etnográfica (ligada à actividade da baleação); Artesanato de dentes e osso de baleia ? ?scrimshaw?; Pinturas; Alfaias agrícolas, entre outros objectos variados.

Lajes do Pico

1977 ? 1988

(Criação e abertura ao público)

DRAC

S. Roque do Pico

1992

DRAC

Musealização in situ da antiga fábrica das Armações Baleeiras Reunidas, reconstituindo a sua actividade e a evolução das técnicas.

Madalena

1999

DRAC

Situado na área de um antigo convento do Carmo, com casa agrícola e produção vinícola, apresenta uma exposição intitulada ?Memórias do Verdelho: A Epopeia da Pedra ? Uma Viagem e Um Olhar?.

Museu Militar dos Açores

Ponta Delgada

(Forte de S. Brás ? século XVI)

2002

Ministério da Defesa Nacional

Museu integrado no Quartel-General da Zona Militar dos Açores. No Dia do Exército inaugurou uma exposição intitulada: ?Cartas, Plantas Esboços e Projectos: Cartografia Militar Portuguesa dos Séculos XVIII-XIX? (Diário dos Açores online, 12/10/2005).

Museus de Ilha

Museu de Santa Maria

Santo Espírito - Vila do Porto

1972

 

DRAC

Colecção Etnográfica (importante colecção de cerâmica artesanal); Arte Sacra; Artes Decorativas. 

Museu da Graciosa

- Barracão das Canoas Baleeiras (Santa Cruz)

- Barracão das Canoas Baleeiras (Praia)

- Moinho das Fontes (Santa Cruz)

Santa Cruz da Graciosa

Praia

1977 ? 1983

(Criação e abertura ao público)

DRAC

Colecção Etnográfica; Moedas; Postais; Fotografias; Jornais e documentação. Núcleos musealizados: Barracões de Canoas Baleeiras; Moinho de vento recuperado e aberto ao público (1993).

Museu de S. Jorge

Calheta

1992

DRAC

Colecção Etnográfica (recheio doméstico, alimentação, fiação e tecelagem, fabrico do queijo, etc.).

Museu das Flores

- Fábrica de Baleia do Boqueirão

 

Santa Cruz das Flores

1986

DRAC

Colecção Etnográfica; Arte Sacra; Fotografia e documentação histórica. Núcleo musealizado da fábrica do Boqueirão (1943), ligada à produção de óleo e farinha de cachalote.

Museu do Corvo

Vila Nova do Corvo

 

Previsto no DRR nº 36/2000/A, 7 de Dezembro

DRAC

Em fase de projecto.

Museus Municipais

Museu Municipal de Lagoa:

- Museu do Presépio Açoriano

- Tanoaria

- Tenda do Ferreiro- -Ferrador e Segeiro

Lagoa ? São Miguel

 

1996

Câmara Municipal

Colecção Etnográfica.

Museu dedicado à indústria doméstica de figuras de presépio da Vila da Lagoa.

Musealização in situ da tanoaria e da tenda do ferreiro-ferrador e segeiro

Museu Municipal do Nordeste

Vila do Nordeste ? São Miguel

1989

Câmara Municipal

Colecção Etnográfica; objectos que servem para caracterizar o modo de vida da população local até meados do século XX.

Museu Municipal da Ribeira Grande

Ribeira Grande ? São Miguel

 

1986

Câmara Municipal

Colecção Etnográfica; arqueologia recolhida no concelho; azulejaria; cerâmica; medalhística; filatelia; conchas, moluscos e minerais; arte sacra.

Museu da Emigração Açoriana

Ribeira Grande ? São Miguel

2005

Câmara Municipal

Espólio pessoal do ex-presidente do governo regional, Dr. Mota Amaral, constituído por ofertas de emigrantes açorianos; exposição temporária sobre o percurso da família Cabral de Melo, entre São Miguel e New Bedford (A União online, 2/09/2005)

Museu Antropológico de Vila Franca do Campo:

- Olaria do Mestre António Batata

- Forno de cerâmica de Manuel Jacinto Carvalho

- Central Hidroeléctrica da Praia

- Núcleo Museológico da Pesca Artesanal

Vila Franca do Campo - São Miguel

 

 

 

- Ribeira da Praia,  Água d?Alto

 

 

 

- Escola Básica da Ribeira Quente

1982

Câmara Municipal

 

Laboratório de Antropologia da Universidade dos Açores

Colecção Etnográfica (colecções sistemáticas de cerâmica da Vila, instrumentos musicais populares, latoaria, arte popular marítima, utensílios de cozinha e transportes tradicionais).

Museu do Trigo de São Miguel

Povoação ? São Miguel

2004

Câmara Municipal

Projecto em colaboração com a Universidade dos Açores (Diário Insular online, 31/07/2005 e sítio da CM Povoação ? www.cm-povoacao.pt]

Casa de Derreter Baleias das Lajes das Flores

Porto das Lajes da Flores

a)

Câmara Municipal

Unidade de produção artesanal de ?azeite de baleia?.

Museus de Freguesia

Museu Etnográfico do Cabouco

Cabouco ? São Miguel

1997

Junta de Freguesia

Exposição dedicada aos usos e costumes do povo do Cabouco. Sítio na Internet da Junta de Freguesia.

Museu Local do Pico da Pedra

Pico da Pedra ? São Miguel

1993

Junta de Freguesia

Colecção Etnográfica; artes e tradições locais, onde se incluem objectos variados, como máquina de escrever e de impressão do jornal da terra.

Núcleo Museológico dos Altares

Altares ? Terceira

2004

Junta de Freguesia

Peças de olaria (telha da terra), artefactos etnográficos diversos, registos de flora endémica e de aves migratórias, etc.

Museu do Carnaval

Vila das Lajes ? Terceira

2005

Junta de Freguesia

Museu do Centro Comunitário das Lajes; espólio de Augusto Gomes e de José Orlando Bretão. [Diário Insular online, 1/09/2005]

Museu Etnográfico na Freguesia de S. Bartolomeu

S. Bartolomeu ?Terceira

2005

Junta de Freguesia

Recuperação do antigo edifício dos lavradores para albergar objectos e artefactos rurais. [Diário Insular online, 2/02/2005]

Centro Etnográfico da Ribeirinha

Ribeirinha ? Terceira

2005

Junta de Freguesia

 

 

Sede do Grupo Folclórico da Ribeirinha [Diário Insular online, 9/01/2005].

Museus da Igreja

Museu de Arte e Etnografia da Ribeira Chã:

- Museu Agrícola e Quintal Etnográfico

- Museu de Arte Sacra e Etnografia

- Casa Tradicional

Ribeira Chã ? São Miguel

1977

Paroquial

 

Colecção Etnográfica; Arte Sacra; Moedas. Museu do Centro Social e Paroquial da Ribeira Chã.

Museu da Matriz

Ponta Delgada ? São Miguel

a)

Igreja de S. Sebastião - Matriz

Arte sacra, paramentaria religiosa, alfaias religiosas.

Museu de Arte Sacra dos Açores

Angra do Heroísmo ? Terceira

a)

Sé de Angra do Heroísmo

Peças de prata dos séculos XVI a XIX, nomeadamente, um conjunto de tocheiros, cruzes, cálices, navetas, livros de cantochão impressos e manuscritos, vasos dos santos óleos; peças de estatuária religiosa.

Museu de Arte Sacra e Etnografia Religiosa

Horta

Convento de S. Francisco

a)

Diocese de Angra.

Arte sacra; importante colecção de escultura flamenga do século XV.

Museu de Arte Sacra

Velas ? São Jorge

a)

Igreja Matriz das Velas

Colecção de alfaias religiosas, paramentaria e imagens (escultura e pintura).

Museu do Missionário

Vila das Lajes do Pico

2004

Igreja do Convento de S. Francisco

Museu alusivo à missionação [Diário Insular online, 23/06/2005]

Museus de Colectividades

Museu Rural de Vila Franca do Campo

Vila Franca do Campo ? S. Miguel

a)

Casa do Povo

Artefactos e objectos da vida rural.

Casa Cultural do Grupo Folclórico da Doze Ribeiras

Doze Ribeiras - Terceira

1986

Grupo Folclórico das Doze Ribeiras

Colecção Etnográfica; complexo arquitectónico identificado como ?casa rural terceirense?.

Casa Típica ? Museu Dr. Marcelino Moules

Cinco Ribeiras - Terceira

1994

Associação Cultural das Cinco Ribeiras

Colecção etnográfica; casa rural dos avós do médico Marcelino Moules, que foi recuperada pela Associação, com apoio SREC e CM de Angra do Heroísmo.

Museu da Casa do Povo do Raminho

 

Raminho ? Terceira

a)

Casa do Povo

Artefactos de cultura rural.

Museu Vulcano-Espeleológico Machado Fagundes

Angra do Heroísmo

a)

?Os Montanheiros? Sociedade de Exploração Espeleológica

Colecções ligadas à geologia e à actividades espeleológica do grupo.

Centro de Exposição Rural da Urzelina

Velas ? São Jorge

1993

Amigos do Património Histórico e Cultural da Urzelina

Colecção Etnográfica; apoios da Junta de Freguesia e da CM das Velas.

Núcleo Etnográfico da Casa do Povo de Cedros

Cedros ? Faial

1985

Casa do Povo

Colecção Etnográfica; colecção de cerca de 20 aves empalhadas.

Museus de Empresas

Museu da Cerâmica Vieira

Lagoa ? São Miguel

a)

Empresa Vieira

Colecção de faiança produzida nas antigas indústrias da Vila da Lagoa; empresa em laboração e loja.

Museu do Vinho dos Biscoitos

Biscoitos - Terceira

1990

Casa Agrícola Brum Lda.

Colecção Etnográfica (objectos relacionados com a actividade vinícola); museu monográfico dedicado à vitivinicultura do verdelho dos Biscoitos.

Museus  Particulares

Espaços Museológicos da Quinta da Bela Vista

Fajã de Baixo ? São Miguel

a)

Privado

Colecção de carros de tracção animal e automóveis Jaguar. Moinho de vento.

Oficina-Museu das Capelas

Capelas ? São Miguel

a)

Privado

Exposição de utensílios de vários ofícios: latoaria, tenda de ferreiro, olaria, relojoaria, sapateiro, mercearia, barbearia, etc. (24 espaços, no total).

Casa-Museu Francisco Ernesto de Oliveira Martins

Angra do Heroísmo - Terceira

a)

Privado

Colecção de arte e mobiliário.

Museu da Alfaia Agrícola

S. Roque - Pico

1986

Privado

Colecção Etnográfica (composta por alfaias agrícolas que o proprietário utiliza no trabalho); venda de artesanato em madeira feito pelo proprietário.

Museu da Escola Profissional de Artesanato de Santo Amaro

Santo Amaro - Pico

1986

Escola Profissional de Santo Amaro (privada)

Colecção Etnográfica (objectos referentes à vida e ao artesanato doméstico ? rendas, tecelagem, bordados, costura, trabalhos em palha e escamas de peixe).

Museu do Scrimshaw do Peter ? Café Sport

Horta - Faial

a)

Privado

Colecção de artesanato em osso e dente de cachalote.

 

* Direcção Regional dos Assuntos Culturais

a) Não foi possível ainda apurar a data de criação.

 

Fontes principais:

- Roteiro dos Museus (Colecções etnográficas) Açores e Madeira, Lisboa, Edições Olhapim, 1999;

- Açores Roteiro dos Museus, Região Autónoma dos Açores, SREAS ? DRAC, s.d.;

- Rui de Sousa Martins, ?Museus dos Açores? in Patrimonia, nº 5 (especial, Novembro de 1999, pp. 84-86;

- Açores, Direcção Regional da Cultura, Museus Não Dependentes do Governo Regional (Listagem Não Exaustiva), Documento Interno Policopiado, s.d..