Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Mesquita, Mário António da Mota

[N. Ponta Delgada, 5.1.1950] Jornalista, professor e deputado. A actividade jornalística tem sido a área mais visível de Mário Mesquita pela qualidade e acutilância dos seus textos e análises. Ao concluir os estudos liceais em Ponta Delgada, fixou-se em Lisboa, a partir de 1969, onde começou por frequentar a Faculdade de Direito. Mas a partir de 1971 enveredou pelo jornalismo no jornal República, onde permaneceu até 1975, tendo sido delegado sindical e membro do Conselho de Redacção. Neste ano, foi ainda coordenador da secção de política do Jornal Novo e iniciou as funções de director-adjunto no Diário de Notícias (1975-1978), passando a dirigi-lo entre 1978-1986. No Diário de Lisboa assumiu o cargo de director nos anos de 1989-1990. Posteriormente colaborou com assiduidade no Diário de Notícias e é colunista semanal no Público. A nível dos Açores, tem colaboração dispersa por vários periódicos micaelenses. Foi ainda vice-presidente do Conselho de Imprensa, como representante dos directores dos jornais diários (1984-1985), membro do Conselho da Comunicação Social (1986-1987) e Provedor dos leitores do Diário de Notícias (1997-1998). O seu trabalho foi reconhecido com vários prémios: o de ?Reportagem?, do Clube Português de Imprensa (1986), o de ?Artur Portela?, da Casa de Imprensa (1987), Prémio Gazeta de Mérito, concedido pelo Clube de Jornalistas (1998) e Prémio Nacional Manuel Pinto de Azevedo Jr., atribuído pelo jornal O Primeiro de Janeiro (1999).

Foi ainda na área da comunicação social que desenvolveu a sua actividade como professor do curso de Ciências da Informação, na Universidade Católica Portuguesa (1980-1981 e 1985-1986); na Escola Superior de Jornalismo do Porto (1985-1987); na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1995-1998); no Departamento de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa (1986-1995 e 1998-2001); na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa (desde 2001) e na Universidade Lusófona, coordenando a área de jornalismo. Foi nesta área que obteve a licenciatura (1989), pela Universidade Católica de Lovaina.

No campo político, desenvolveu a sua intervenção em 1969, como representante da oposição democrática de Ponta Delgada, nas reuniões inter-distritais preparatórias das eleições desse ano. Militou na Acção Socialista (1969-1973) e foi membro fundador do Partido Socialista, com participação no congresso de Bad Munstereifel (1973). Na sequência do ?25 de Abril?, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, com intervenção de relevo na redacção dos artigos da Constituição respeitantes à comunicação social; voltou a ser eleito (1976-1978) pelo Partido Socialista, acabando por se desvincular e renunciar ao mandato. Posteriormente, apoiou a reeleição do general Ramalho Eanes (1980) e foi membro da Comissão Política da candidatura presidencial de Francisco Salgado Zenha (1986) e da de Mário Soares (2005).

Os Açores têm estado sempre presentes no seu exercício de cidadania, através de artigos para a imprensa, palestras, participação em colóquios e como sócio fundador e presidente da comissão coordenadora do núcleo de Lisboa do *Fórum Açoriano. Para além das obras referenciadas é autor de vários artigos de carácter científico publicados no país e no estrangeiro. Carlos Enes

Obras principais. (1973), Portugal sem Salazar (entrevistas). Lisboa, Assírio e Alvim. (1982), Relações luso-americanas ? F. D. Roosevelt nos Açores durante a 1ª Guerra Mundial, Suplemento do Diário de Notícias, Lisboa, 15 de Dezembro. (1984), Deve e Haver (crónicas). Lisboa, Distri. (1987), A Regra da Instabilidade. Lisboa, Imprensa Nacional. (1994a), O 25 de Abril nos media internacionais (co-autor). Porto, Afrontamento. (1994b), Os meios de Comunicação Social ? O Universo dos media entre 1974 e 1986), in António Reis (org.), Portugal ? 20 anos de Democracia. Lisboa, Círculo de Leitores: 360-396. (1998), O Jornalismo em Análise ? A coluna do provedor de leitores. Coimbra, Minerva. (2003), O Quarto Equívoco ? O Poder dos Media na Sociedade Portuguesa Contemporânea. Coimbra, Minerva.

 

 
Adenda
Foi colunista do Público, do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias. É autor de oito livros sobre Comunicação Social.
Pela sua atividade cívica e política, de antes e depois do 25 de abril, foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique em 1981, pelo Presidente António Ramalho Eanes. Foram-lhe igualmente atribuídas comendas da Ordre nationale du Mérite (França, 1979) e da Ordre Léopold II (Belgica, 1982). Foi ainda distinguido com a medalha de reconhecimento pela Assembleia Legislativa Regional da Região Autónoma dos Açores em 2011. Em 2015 a Câmara Municipal de Ponta Delgada atribui-lhe o diploma de reconhecimento municipal pela relevância do seu percurso como jornalista, escritor e político. Foi declarado Deputado Honorário pela Assembleia da República em 2016 e recebeu a medalha de honra da Sociedade Portuguesa de Autores em 2017.
É Vice-Presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, desde 14 de dezembro de 2017. Ranu Costa (2022)
[(...) - m, Lisboa, 27.5.2022]. DRAC (2022)