Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Mesquita, Carlos de (C. Fernando de M.)

 [N. Santa Cruz, Flores, 14.2.1870 ? m. Coimbra, 16.5.1916] Bacharel em Leis, poeta e ensaísta, estudioso do Simbolismo, Carlos de Mesquita é irmão de Roberto de Mesquita, mas não teve a projecção e a produtividade deste. Professor de liceu (Viseu), formado em Direito (1896), leccionou as cadeiras de Língua e Literatura Francesa, Literatura Inglesa e Filologia Germânica, na Universidade de Coimbra desde 1911 até à sua morte. É autor do romance (inacabado) O Estrangeiro. O texto Uma Viagem de Estudo a Inglaterra, de 1915, é da sua lavra. Colaborou com as revistas Ave Azul e O Faialense. É autor do estudo O Romantismo Inglês (do qual saiu apenas o 1.º volume), As Origens (1913) e de outro acerca de Manuel da Silva Gaio (1900). O poema «Manhã insulana» é paradigmático da ideação vaga e irracional do Simbolismo. O quadro a que Carlos de Mesquita nele alude é testemunho da inquietação e do hermetismo que identificam o Simbolismo: a névoa, o êxtase, a neblina e uma evidente obscuridade onírica ornam pesadamente esse poema. José António Chaves

Fontes. Registo de Baptismos, Santa Cruz das Flores, livro 13, fls. 24-25; registo de Óbitos, Santa Cruz das Flores, maço 3, registo 76.

 

Bibl. Mesquita, R. (1983), Almas cativas. Horta, Secretaria Regional da Educação e Cultura. Rocha, L. M. (1981), Para uma introdução a Roberto de Mesquita. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, Col. Gaivota/20. Rodrigues, U. T. (1994), In Dicionário de Literatura. Porto, Mário Figueirinhas Editora, II: 637. Silveira, P. (1977), Antologia de poesia açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Livraria Sá da Costa.