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Melville, Herman (e os Açores)

 [N. New York, 1819 ? m. ibid., 1891] Um dos mais importantes escritores norte-americanos. Exerceu várias profissões, no período de 1832 e 1841. Em 1837 viajou para Inglaterra como tripulante de um navio mercante. Cinco anos depois fez parte da tripulação de um navio baleeiro, Acushnet, resultando experiências que, mais tarde, descreveria em vários livros e, sobretudo, em Moby Dick (1851), um dos grandes romances da literatura universal. A narrativa dá conta de uma viagem de caça a uma velha baleia branca, Moby Dick, na perseguição da qual vai a tripulação do navio Pequod comandado pelo capitão Acab, que por aquele cetáceo nutre uma desesperada sede de vingança. A bordo seguem dois tripulantes açorianos, um, tocador de tamborim e o outro, dançarino. Referindo-se aos baleeiros açorianos, madeirenses, cabo-verdianos e islandeses, Melville escreve: «Não poucos destes caçadores de baleias são originários dos Açores, onde as naus da Nantucket que se dirigem a mares distantes atracam frequentemente para aumentar a tripulação com os corajosos camponeses destas costas rochosas. Não se sabe bem porquê, mas a verdade é que os ilhéus são os melhores caçadores de baleias» (capítulo XXVII).

No capítulo seguinte, lê-se: «Passaram-se dias, semanas. Com pouco pano, o ebúrneo Pequod havia percorrido lentamente quatro paragens de cruzeiros diferentes; ao longo dos Açores, ao largo de Cabo Verde; perto da embocadura do rio Prata; e os bancos de Carrol, extensão marítima grosseiramente delimitada, ao sul de Santa Helena».

Recorde-se que é trágico o desfecho do romance: o navio será partido em fragmentos pela fúria da baleia, tornando-se o capitão Acab presa da sua pretendida vítima. Os elementos da tripulação conhecerão a morte e ninguém escapará para narrar o sucedido. E Moby Dick some-se sem ser ferida. Victor Rui Dores

Outras obras do autor: (1844), Typee. (1847), Omoo. S.l., Murray. (1849), Mardi. (1849), Redburn. Londres. (1850), Túnica Branca. (1853), Pierre. Nova Iorque. (1855), Israel Potter. Nova Iorque, G. P. Putnam & Co. (1856), O vigarista.