Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Melo, João Cabral de

 [N. Biscoitos, ilha Terceira, 1740 ? m. Angra, 16.5.1824] Poeta. As obras consultadas divergem quanto ao local de nascimento. Embora a Enciclopédia Luso-Brasileira o refira como natural de S. Jorge, o mais provável é ter nascido na Terceira. Bacharel em Leis, formado pela Universidade de Coimbra, em 1771, dominava várias línguas (grego, latim, inglês, alemão, italiano, francês). Foi escrivão da Junta Real da Fazenda, trabalhando com o capitão-general Dinis Gregório de Melo Castro e Mendonça. Depois de aposentado exerceu a advocacia. Muita da sua poesia extraviou-se, mas ainda se coligiram várias em português, latim e francês. Algumas produções originais foram transcritas nos Anais da ilha Terceira (III: 191-194 e 220) e no semanário O Anunciador da Terceira, por iniciativa de António Moniz Barreto Corte Real. A écloga pastoril, denominada Belisa, foi incluída na obra de Pedro da Silveira (1977), mas a tradução do poema de John Milton, Paraíso Restaurado, versão do inglês, em 1796, continua inédita. Tendo em conta a obra conhecida, Silveira (1977) considera que «a maior glória poética de Cabral de Melo estará, não tanto no que escreveu, mas em ser antepassado de um dos maiores poetas contemporâneos da língua portuguesa: João Cabral de Melo Neto», brasileiro. Os seus estudos genealógicos sobre algumas das famílias principais da Ilha Terceira, cujo manuscrito desapareceu, foram consultados por Drummond. Contestou no jornal O Investigador Português em Inglaterra as inexactidões de Thomas *Ashe no seu livro History of the Azores. Carlos Enes

Bibl. Amaral, J. (1963), A quinta das Bicas, os seus azulejos e o dr. João Cabral de Melo. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. Merelim, P. (1982), Freguesias da Praia. Angra do Heroísmo, Direcção Regional de Orientação Pedagógica da Secretaria de Educação e Cultura, I: 85-87. Silveira, P. (1977), Antologia de Poesia Açoriana do século XVIII até 1975. Lisboa, Sá da Costa: 56.