Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Meireles, António Augusto de Castro

 [N. S. Vicente de Boim, Lousada, 13.8.1885 ? m. Porto, 28.3.1942] 34.º Bispo da diocese de Angra. Em 1900, foi admitido no seminário de Nossa Senhora do Rosário dos Carvalhos, matriculando-se três anos depois nos estudos teológicos do Seminário Diocesano do Porto. Em ambos os cursos foi sempre o aluno mais premiado. Leccionou no Colégio-Internato de Santo António dos Carvalhos até se decidir a frequentar a Universidade de Coimbra. Formou-se em Teologia e só não assumiu funções docentes porque esta foi encerrada em 1910. Ao concluir o curso de Direito, em 1912, montou banca de advogado no Porto, assumindo paralelamente a direcção do Colégio de Ermesinde e uma cadeira de Teologia no seminário do Porto. Em 1915, foi eleito deputado, por Oliveira de Azeméis, sendo o primeiro representante dos católicos portugueses no parlamento. Em 1924 foi nomeado bispo de Angra, onde permaneceu até 1928. No seu mandato, a diocese adquiriu o jornal A União, de Angra do Heroísmo, e A *Democracia, da Horta. Organizou a Comissão Diocesana do Centro Católico que apresentou um candidato a senador às eleições de 1925, pelo círculo de Angra, mas que não foi eleito. Criou o Círculo de Estudos Beato João Baptista Machado, organizou turnos de Exercícios Espirituais para o clero, promoveu conferências quaresmais, fundou em Ponta Delgada o Colégio Sena Freitas, para a instrução primária e secundária, o do Convento da Esperança, para o sexo feminino, e concebeu a ideia de abrir na Horta uma instituição para recolher, sustentar e educar crianças órfãs e pobres da ilha, denominada Florinhas de S. Francisco. Em 1926, participou no Congresso Eucarístico de Chicago, aproveitando a deslocação para uma visita às comunidades açorianas na América, onde recolheu donativos. Na reorganização interna da Igreja, criou uma corporação para gerir os bens pertencentes à Sé, fez aprovar os estatutos capitulares, conforme as determinações do Novo Código, nomeou um cónego Teologal, para restaurar o ensino homilítico, outro Penitencial e ainda uma Ordem Beneficial. Reorganizou várias modalidades do culto, nomeadamente o do Espírito Santo e a festa de Cristo-Rei. Realizou também algumas visitas pastorais a algumas ilhas do arquipélago. Saiu de Angra, para o Porto, como bispo coadjutor, com o fim de suceder ao que então ocupava o cargo. Possuía a Comenda de Oficialato da Ordem de Cristo (1924) e o título de Bispo de Laónia. Carlos Enes

Bibl. Pereira, J. A. (1954), A diocese de Angra na história dos seus prelados. Angra do Heroísmo, Livraria Editora Andrade, Segunda Parte: 112-133. Portugal, Madeira e Açores (1924), Lisboa, 30 de Julho.