[N. Angra do Heroísmo, 1.4.1868 ? m. Lisboa, 26.1.1928] Jornalista e escritor teatral. Filho de um escrivão do juízo de direito, natural do continente, iniciou os estudos no liceu de Angra e partiu para Lisboa na companhia do pai. Na capital arranjou emprego como oficial dos correios (1886-1916), desenvolvendo paralelamente uma intensa actividade como cronista na imprensa. Os seus artigos, também assinados com o pseudónimo de J. David Airada, incidem sobre os costumes tratando-os de forma humorística. Encontra-se entre os pioneiros de um humorismo novo na literatura portuguesa. Notabilizou-se pela secção que manteve no Correio da Manhã, em Lisboa, pelas «Cartas ao meu amigo José Maria» no ABC, que foram reproduzidas no Correio dos Açores. Nestas ficaram impressas recordações da sua infância. Reuniu em vários livros as crónicas dos jornais e escreveu numerosas peças de teatro, entre as quais comédias e revistas do ano. Traduziu Dostoievsky, Charles Dickens, Mark Twin, Jonh R. Carling, F. Spielhagen, Edgar Poe, entre outros. No campo político apoiou a ditadura de João Franco. Escreveu um estudo sobre D. Afonso VI na Terceira que não chegou a entrar no mercado. Carlos Enes
Obras principais. (1907), Favas contadas, revista de costumes em 3 actos, Lisboa, Imprensa Lucas. (1913), Águas passadas ? Notas de um velho canhenho. Porto, Magalhães & Moniz Ltd. (1919), Beco do Fala-só. S.l., Companhia Editora Americana. (1924), Para as vossas orelhas moucas. Lisboa, Portugália. (1926), Cartas a mulheres e bilhetes a toda a gente. Porto, Américo Fraga Lamavax Cª/Imp. Civilização.
Bibl. Lisboa, E. (coord. de) (1990), Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Lisboa, Publicações Europa-América, III: 71-72. Portugal, Madeira e Açores (1928), Lisboa, 8 de Fevereiro. União (A) (1928), Angra do Heroísmo, 1 de Fevereiro.