Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Maldonado, João Vicente Pimentel

 [N. Lisboa, 22.1.1773 ? m. ibid., 8.2.1838] Bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra (1796), seguiu a carreira da magistratura e foi provedor dos resíduos, em Lisboa. Poeta, frequentou as tertúlias literárias da capital e foi admirador de Bocage, com quem conviveu. Publicou no Arquivo Popular de Lisboa, em 1837, uma ode anacreôntica em que recorda a ilha Terceira com uma referência elogiosa.

Iniciado na Maçonaria (1803) foi preso na Setembrizada e exilado para os Açores (1810) permanecendo na Terceira até 1815, quando D. João VI permitiu o regresso do exílio. É matéria polémica, qual a efectiva influência destes exilados da *Amazonas, nome da fragata que os transportou, no campo da propaganda política e literária, mas é aceite que em Angra e Ponta Delgada deixaram semente. Não temos porém notícia particular da actividade de Pimentel Maldonado.

Foi eleito às Cortes Constituintes de 1822 pela Estremadura, perseguido e preso durante o miguelismo e nomeado por fim arquivista da Câmara dos Deputados, cargo que exerceu até à morte. J. G. Reis Leite

Bibl. Dicionário Bibliográfico Português (1973). 2.a ed., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, IV: 52. Drumond, F. F. (1981), Anais da Ilha Terceira. 2.a ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, III: 203-207, 237-244. Castro, Z. O. (dir.) (2002), Dicionário do Vintismo e do primeiro cartismo (1821-23 e 1826-28). Lisboa, Assembleia da República/Edições Afrontamento, II: 84-90. Maia, F. A. M. F. (1931), Um deportado da Amazonas. 2.a ed., Ponta Delgada, Ed. do autor: 39-78. Silveira, P. (1984), A Terceira recordada numa ode de João Vicente Pimentel Maldonado. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, XLII: 391-392.