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Lemos, Vital de Bettencourt de Vasconcelos

[N. Angra, 3.7.1751 ? m. ibid., 28.6.1847] Morgado de uma das mais importantes casas da cidade de Angra (a casa da Madre de Deus) e de uma família notável da nobreza local foi fidalgo da Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e cavaleiro de S. Bento de Avis. Nas milícias de Angra ocupou o cargo de sargento-mor de Ordenanças (1789) e por carta de 19 de Fevereiro de 1805 foi nomeado governador do Castelo de S. João Baptista, lugar vago pela morte do tenente-coronel Francisco Alberto Malheiros. A nomeação foi uma mercê régia fora da lei (Regimento dos capitães generais de 2 de Agosto de 1766) que ordenava que o governador do Castelo fosse o comandante do regimento instalado na fortaleza. Esta circunstância, e a de não ser Vasconcelos e Lemos oficial de linha, levantou graves disputas entre o novo governador e o comandante do batalhão aí aquartelado o que levou o capitão general, em Dezembro de 1807, a propor o fim do seu governo e a sua substituição por um oficial do Exército, o que viria a acontecer com a nomeação do sargento-mor Teodoro Pamplona Corte Real, por carta de 21 de Outubro de 1809. Quando morreu, Vital de Lemos era brigadeiro

O morgado Vital de Lemos teve ainda uma agitada participação na crise política entre miguelistas e liberais, tendo mesmo aderido aos dois partidos, pois, foi signatário dos autos de aclamação de D. Miguel e de D. Maria II. J. G. Reis Leite

Fontes. Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa), Açores [ofício de 4 de Dezembro de 1807].

 

Bibl. Soares, E. C. C. A. (1944), Nobiliário da Ilha Terceira. Porto, Liv. Fernando Machado, I: 117.