[N. Angra do Heroísmo, 22.9.1841- m. ibid., 27.8.1936] Filho do segundo casamento do 1º Conde de Praia da Vitória, frequentou a Universidade de Bruxelas, onde se graduou em bacharel em Filosofia e Letras (1862). Começou uma carreira na administração pública, na alfândega (chefe fiscal do distrito), mas foi demitido por não se conformar com as ordens superiores. Foi, então, advogado provisional nos auditórios de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória. Ocupou os cargos de escrivão da Câmara de Angra de Heroísmo (1871) e de director da Escola de Habilitação para o Magistério Primário de Angra do Heroísmo.
Escreveu vários folhetos de circunstância e um livro sobre o descobrimento dos Açores. Na vida política, militou no Partido Progressista, de que seu meio-irmão sucedera ao pai como chefe no distrito de Angra do Heroísmo. Aquando da morte deste, em 1889, ambicionou suceder-lhe na chefia partidária, mas foi preterido pelo Visconde das Mercês. Não se conformando, provocou uma dissidência nas eleições desse ano e fundou então o jornal O Progressista, de que foi director político e redactor. Com a morte do visconde, em 1900, acabou por chefiar o partido até à sua extinção, em 1910. Foi presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, administrador do mesmo concelho, vogal e membro da Comissão Executiva da Junta Geral do distrito, governador civil (1904-06) e eleito deputado pelo círculo de Angra do Heroísmo nas legislaturas de 1868-69 e 1880-81. J. G. Reis Leite (Jul.2000)
Obra (1932), O Descobrimento dos Açores. Angra do Heroísmo, Tip. União Gráfica.
Bibl. Soares, E. C. C. A. (1945), Nobiliário da Ilha Terceira. Porto, Ed. Fernando Machado, III: 232. Valadão Jr., F. L. (1964), Evocando figuras terceirenses. Angra do Heroísmo, ed. do autor: 75.