Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Furtado, José Leal (pe.)

1 [N. Prainha do Norte, S. Roque do Pico, ilha do Pico, 7.12.1766 ? m. Matriz, Horta, 19.6.1823] Presbítero secular do hábito de S. Pedro e beneficiado da Matriz do Santíssimo Salvador (Horta). Era filho de João José Quaresma Furtado, alferes de ordenanças, casado em segundas núpcias, com D. Jacinta Rosa do Sacramento Bettencourt, em 1750. Ernesto Rebelo (Famílias faialenses, 1922) dá-o como nascido em 1750, erradamente segundo Marcelino Lima (1940). Estudou nos conventos da Horta e foi ordenado presbítero na sede do bispado, em Angra (1788). Homem talentoso, erudito, com vastos conhecimentos literários, metafísicos, artísticos e científicos e alma de artista, distinguiu-se, sobretudo na arte da música, qualidades que mais ou menos se propagaram na família [ver João José *Furtado e José Cândido de Bettencourt *Furtado]. A sua voz de barítono era admirada em tonalidade e em volume. Tornou-se figura de relevo na Horta de então onde se destacava a atmosfera de espiritualidade e gentileza das casas de Manuel Inácio de Sousa, Jerónimo de Brum, Jorge da Cunha e de outros.

É a personalidade deste padre que Marcelino Lima, seu sobrinho bisneto, ressuscita em A Discípula.

Luís M. Arruda

 

2 [N. Matriz da Horta, 18.2.1835 ? m. 4.5.1914] Filho de José Leal Furtado e de Francisca Isabel Leal. Estudou no Liceu da Horta e cursou Teologia em Angra sendo ordenado presbítero em 24 de Marçço de 1860. Celebrou a primeira missa em a 6 de Maio de 1860, na igreja de S. Francisco, na Horta. Foi nomeado beneficiado da paroquial da Matriz da Horta e vigário da mesma em 30 de Outubro de 1874, cargo que já exercia como vice-vigário desde Setembro de 1873, datando também desta mesma época a sua nomeação para ouvidor eclesiástico deste concelho. Renunciou à vigararia e foi aposentado por decreto de 1 de Abril de 1909.

Ficou conhecido como orador sacro «pela sua ilustração» e pela «elegância vernácula dos primeiros pregadores portugueses».

Luís M. Arruda

 

Bibl. 1 Lima, M. (1940), A Discípula / novela histórica regionalista. Lisboa, Parceria António Maria Pereira. Id. (1922), Famílias Faialenses. Subsídios para a história da ilha do Faial. Horta, Tip. Minerva Insulana. 2 O Telégrafo (1914), Horta, n.º 6.028, 6 de Maio [O Ouvidor Leal Furtado].