[N. Santa Bárbara, ilha Terceira, 16.3.1880- m. Lisboa, 30.7.1949] Alistou-se como voluntário em 1897, frequentou a Escola do Exército, saindo com o curso de Infantaria em 1900. Foi alferes em 1900, tenente em 1908, capitão em 1912, major em 1917 e tenente-coronel, nesse mesmo ano; coronel em 1926 e brigadeiro e general em 1938. Quando capitão, no ano lectivo de 1912-13, fez o curso do Estado-Maior.
Percorreu uma carreira militar brilhante, de onde se destacam os lugares de chefe do Estado-Maior do Governo Militar de Lisboa, em 1932, comandante do Regimento de Infantaria nº 11, em 1935, comandante das Regiões Militares de Coimbra, em 1938 e do Porto, em 1939, e o cargo de ajudante general do Exército, de 1941 até ao limite de idade.
Quando jovem tenente foi colocado em Angra do Heroísmo, sendo então professor do liceu e seu secretário, em 1907 e 1908. Com profundas convicções religiosas e políticas, nacionalista e conservador, começou por se distinguir durante o governo de Sidónio Pais, exercendo a função de chefe de gabinete do Secretário de Estado da Guerra e director da censura militar à imprensa (1918). Em 1931, aquando da revolta democrática na Madeira e nos Açores, foi nomeado comandante em chefe das forças expedicionárias que abafaram aquele movimento de 6 de Abril e 24 de Junho desse ano. Também foi nomeado, pelo decreto 19.559, de 6 de Abril, delegado especial do governo nas ilhas adjacentes. Na legislatura de 1934, a primeira do Estado Novo, foi eleito deputado pelo seu distrito natal e de novo na 3ª legislatura (1942-1946).
Distinguiu-se ainda como jornalista, mantendo colunas em A União, a partir de 1904, e em jornais do continente, como o Comércio do Porto e em defesa das ilhas dos Açores, no Diário de Notícias, com uma página quinzenal denominada «Notícias Insulares» e no Portugal Madeira e Açores, além do micaelense Correio dos Açores. Colaborou, também, na Revista de Infantaria.
Foi condecorado com a medalha de prata de Comportamento Exemplar (1918), Grande Oficial da Ordem de Avis (1932) e Grã-Cruz da mesma ordem (1946), Grande Oficial da Ordem de Cristo, medalha de ouro da Legião Portuguesa (1940) e medalha de Mérito Militar de 1ª Classe (1948). J. G. Reis Leite (Jul.2000)
Bibl. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 699 e 2856. Amaral, J. M. S. C. R. (1945), Um Notável Terceirense, o General Fernando Borges. Angra do Heroísmo, Tip. A União. Id. (1989), Biografias e Outros Escritos. Angra do Heroísmo, Câmara Municipal: 107-112.