Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Freire, Agostinho José

 [N. Évora, 28.8.1780 ? m. Lisboa, 4.11.1836] Ministro e conselheiro de Estado.

Começou os estudos em Leiria, continuou em Lisboa e finalmente em Coimbra, sendo bacharel em Matemática pela respectiva Universidade (1807). Alistou-se no Regimento de Infantaria 10, para combater os franceses, participando na Guerra Peninsular. Alferes em 1809, tenente em 1811 e capitão em 1815. Matriculou-se na Academia de Fortificações. Em 1820, foi promovido a major e eleito deputado pela Estremadura à Constituinte, onde demonstrou os seus sentimentos liberais, sendo sucessivamente secretário, vice-presidente e presidente das Cortes. Teve aí acção notável e foram muitas as leis feitas com a sua colaboração. Foi depois eleito por Leiria e Lisboa, para as Cortes de 1822. Quando da Vilafrancada exilou-se para França regressando com o juramento da Carta, em 1826, servindo no exército. Com a vinda de D. Miguel, saiu de novo do reino e foi juntar-se a D. Pedro em Belle Isle, acompanhando-o aos Açores. Em Angra, foi nomeado ministro da Guerra e interino da Marinha e nesse lugar teve actuação notável na organização do *Exército Libertador e na organização da esquadra que o transportou. Desembarcou no Mindelo e distinguiu-se em várias acções no cerco do Porto, continuando a ser ministro. Em 1834, foi nomeado conselheiro de Estado e eleito deputado pela Estremadura e Minho apresentando, como ministro, às Cortes o Relatório do ministro dos Negócios da Guerra (1834) onde fornece elementos importantes para avaliação da sua acção nos Açores, desde 3 de Março de 1832, data em que tomou posse e a saída do Exército Liberal. Em 1835 foi nomeado ministro do Reino, onde também se distinguiu. Com a queda do ministério foi ocupar o seu lugar de director do Colégio Militar, para o que fora nomeado em 1834.

Foi finalmente feito Par do Reino, em 20 de Abril de 1836, com a revolução de Setembro de 1836 demitiu-se e tinha o propósito de passar à vida particular, quando a morte o surpreendeu, assassinado ao dirigir-se a Belém, chamado pela Rainha. J. G. Reis Leite

Bibl. Dicionário Portugal (1907). Lisboa, Romano Torres, III: 581.