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Câmara, Brás de Ornelas da

[Baptizado em Angra, 10.2.1642 ? m. Lisboa, 18.5.1709] Filho mais velho de Francisco Ornelas da Câmara, sucedeu ao pai na casa de seus antepassados. É uma interessante figura de fidalgo da segunda metade do século XVII, podendo-se afirmar que não soube continuar os esforços do pai para manter a grandeza da sua família.

Moço fidalgo da Casa Real, capitão de uma das capitanias levantadas na Praia para socorro do reino, na guerra da Restauração em 1658, cavaleiro da Ordem de Cristo, em 1660, comendador de S. Salvador de Pernambuco, da mesma ordem, por sucessão em vida do pai e familiar do Santo Ofício no mesmo ano e, ainda, capitão-mor da Praia, cargo em que substituiu o pai, mantendo uma tradição familiar.

Por carta régia de 2.12.1665, foi declarado capitão-do-donatário da capitania da Praia, que seu pai havia recebido em mercê e paga de seus serviços, ainda que por compra, mas que não chegou a ocupar. Teve graves conflitos de jurisdição com o corregedor, em 1667, o que esteve na base da sua retirada para o reino, onde veio a falecer solteiro, inviabilizando a manutenção da capitania na família Ornelas da Câmara, desígnio pelo qual esta havia lutado ao longo do século XVII.

Deixou, porém, um filho bastardo que está na origem da conhecida família portuguesa Infante da Câmara. J. G. Reis Leite (2002)

 

Bibl. Leite, J. G. R. (no prelo), A honra, o serviço e o proveito. Os capitães da Praia. Arquipélago (História), 2, VI. Maldonado, M. L. (1997), Fenix Angrence. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira, I: 166 e II: 365, 372, 475.