Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Forjaz, Cândido Pamplona

 [N. Angra do Heroísmo, 13.8.1901 ? m. idem, 14.11.1987] Deputado, governador civil, jornalista e professor. Iniciou os estudos em Angra tendo concluído o ensino secundário no Colégio Moderno, em Coimbra. Depois de uma infrutífera passagem pelo Instituto Superior Técnico (1919), rumou para Liège, onde viveu até 1921, sem concluir o curso. De regresso à Terceira, acabou por leccionar Francês no liceu de Angra, mas em 1927 optou por se matricular na Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica (1931). Iniciou então a sua carreira de professor, acabando por se estabelecer no liceu da cidade natal (1935-1965), onde exerceu funções de reitor (1942-1944). Mas esta carreira foi interrompida com a ocupação de vários cargos políticos: presidente da Junta Geral de Angra (1942-1944), deputado à Assembleia Nacional (1942-1944), governador civil (1944-1952). O jornalismo foi outra das suas grandes ocupações. Desde jovem, colaborou em vários jornais, mas a sua acção concretizou-se no jornal A Pátria, adquirido pela União Nacional, do qual foi director entre 1937 e 1942. Posteriormente, fundou o *Diário Insular do qual foi director (1962-1974) e o seu homem forte. Depois do «25 de Abril», voltou às lides jornalísticas, fundando e dirigindo O Futuro (1980-1983). Com muitas centenas de artigos publicados nos jornais que dirigiu, colaborou também no *Açoriano Oriental, Açores e A União, entre outros. A sua intervenção como periodicista e outra bibliografia foi publicada num opúsculo aquando do centenário do seu nascimento. Dotado de uma forte personalidade defendeu com vigor as suas ideias de germanófilo e o que considerava serem os interesses da Terceira e dos Açores. Adepto de um Estado forte e centralizador, não enveredou pela defesa de uma autonomia política, mas de ordem financeira que permitisse o desenvolvimento distrital. E neste aspecto, não deixou de reclamar junto do poder central sempre que os bloqueios impediam a acção desenvolvimentista. A nível local impôs-se como chefe de uma das várias facções que fermentavam no seio da União Nacional, de que foi presidente da comissão distrital entre 1937-1942. E é neste contexto de lutas internas que devem ser interpretados os actos de censura a que alguns dos seus artigos foram sujeitos. Cândido Forjaz foi também dirigente de muitos organismos públicos ou privados: presidente da Junta Autónoma dos Portos (1955-1967), da Assembleia Geral do Grémio do Comércio (1963-1968), da direcção da Associação Comercial (1977-1979) e da respectiva Assembleia Geral (1979-1985), da Assembleia Geral da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (1981-1985), sócio-gerente das empresas TRIJOTA, EMATER, Fábrica de Curtumes Terceirense e José Júlio da Rocha Abreu e Sucs. L.da. Foi também sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, do Instituto Açoriano de Cultura e do Instituto Cultural de Ponta Delgada. Em 1982, foi agraciado com o título de cidadão honorário de Angra do Heroísmo e a título póstumo (1988) com o grau de Comendador da Ordem de Mérito. Carlos Enes

Obras principais. (1950). Cinco anos de administração pública: relatório. Angra do Heroísmo, edição do Governo Civil. (1952), «Um episódio da história terceirense narrado pelo Dr. Francisco Jerónimo da Silva: o governo do general Stockler». Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, X: 1-39. (1964), A autonomia administrativa dos Açores. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1965), Os Açores e o actual sistema de comunicações. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1965), Progressismo, comunismo e oposição. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1975), Autonomia ? problema da hora que passa: mais um erro do governo perante a FLA. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1975), Outros tempos ... outras gentes, Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1975), Passada a tempestade ... causas remotas e recentes dos acontecimentos de Ponta Delgada de 6 de Junho de 1975. 2.a edição revista e aumentada, Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1976), A era fatídica do 28 de Maio: realidades esquecidas de ontem e de hoje e que o respeito da verdade impõe não esquecer. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor. (1984), Memórias. Angra do Heroísmo, Edição dos filhos do Autor. (1985), Açores, autonomia ou independência ? seguido de oito anos de autonomia autocrática. Angra do Heroísmo, Ed. do Autor.

 

Bibl. (2001), Cândido Pamploa Forjaz ? centenário do nascimento, Angra do Heroísmo, Edição da Família de Cândido Pamplona Forjaz.