[N. Funchal, 1792 - m. Lisboa, 22.12.1872] Era filho do coronel António Fernandes *Camacho, que foi governador militar da ilha de S. Jorge. Foi ordenado presbítero em 1815 e serviu em várias paróquias da Madeira, sendo nomeado deão da Sé do Funchal. Em 1833 foi nomeado por aviso régio de 27 de Junho governador temporal do bispado de Angra, sede impedida, sendo assim um dos três ?governadores intrusos?, como a Santa Sé considerou os nomeados durante a regência, na ausência do bispo. O Cabido da Sé elegeu-o, por sua vez, vigário capitular.
Paralelamente ao governo da diocese foi um político activo, sendo o chefe dos cartistas em Angra e eleito deputado em 1834, nas primeiras eleições depois da guerra civil., pela Província Ocidental dos Açores. Voltou a ser eleito nas eleições de 1836, mas não chegaram a tomar posse esses deputados devido à revolução de Setembro. Só veio a ser exonerado do cargo de governador do bispado de Angra por decreto de 12.6.1837.
Foi ainda deputado pela Madeira, na legislatura de 1838 a 1840 e nesse último ano foi nomeado governador da diocese do Funchal. Chegou a ser apresentado como bispo de Castelo Branco, mas não foi confirmado pela Santa Sé, nem tão-pouco recebeu a sagração. Em 1851, foi elevado ao pariato.J. G. Reis Leite (Fev.2001)
Bibl. Pereira, J. A. (1950), A Diocese de Angra na História dos seus Prelados. Angra do Heroísmo, Liv. Andrade: 298. Silva, F. A. e Meneses, C. A. (1978), Elucidário Madeirense. 2ª ed., Funchal, Secretaria Regional de Educação e Cultura, I: 188.