[N. Angra do Heroísmo, 5.8.1916 ? m. idem, 7.5.1995] Governador civil. Após ter concluído o ensino liceal em Angra, deambulou pelas Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra, onde concluiu o curso de Medicina. Realizou o estágio em Lisboa, trabalhando em vários hospitais. Desde jovem andou envolvido nos meios da oposição ao regime de Salazar. O pai, Adriano de Figueiredo, republicano convicto e membro da maçonaria, esteve preso em Angra, tendo conhecido o ex-ministro republicano João Soares, deportado e preso em Angra, no início dos anos 30. Dessa relação de amizade Oldemiro de Figueiredo acabou por ficar hospedado na casa dele em Lisboa. Na Faculdade, ligou-se aos movimentos oposicionistas e por isso esteve dezoito anos com residência fixa. Na Terceira, para onde regressou em 1946, todos os seus passos foram controlados pela PIDE, que relatava minuciosamente os seus contactos e relações de amizade. Embora não se tenha filiado no Partido Comunista Português, eram conhecidas as suas simpatias pelo regime comunista. Por duas vezes, conseguiu autorização para se deslocar ao estrangeiro, tendo visitado a União Soviética. Depois do «25 de Abril», foi nomeado governador civil do distrito de Angra do Heroísmo, pelas suas ligações ao Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE). Conhecido como o médico dos pobres, para além da clínica privada, trabalhou na Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, onde residia, e na Caixa de Previdência, onde foi director clínico. No início dos anos 90, foi homenageado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória. Carlos Enes