[N. Boa-Hora, ilha Terceira, 25.10.1914 ? m. ibidem, 18.2.l981] Poeta Popular. Hortelão. Sabia ler e escrever. Começou, com a idade de 19 anos, a improvisar cantigas num rancho, em S. Mateus, num dia de matança. Esteve quatro vezes nos Estados Unidos da América, onde cantou para os emigrantes. Deslocou-se às ilhas do Pico, S. Jorge, Graciosa e S. Miguel, com a mesma finalidade. Ferreirinha cantou com os melhores cantadores do seu tempo, dos quais se destacam, o Charrua, o Bravo, o Tenrinho, o João Vital, o Gaitada, o Caneta, e outros. Francisco Ferreira foi um cantador de conceitos elevados, onde a sensibilidade actuava sem esquecer a razão. Ele tem versos repletos de humor, e outros caracterizam-se por ditos engraçados que o tornaram um improvisador de qualidades inegáveis.
Em cantoria com o Abel Costa, referindo-se aos terceirenses que ocuparam cargos importantes no Estado:
«A Terceira deu gente importante / Até para governar a nação. / Muito patife e muito ignorante, / Muito canalha e muito ladrão».
Em despique com a Cecília Alves na Sociedade Filarmónica da Terra Chã:
«O Ferreirinha das Bicas, / Por ter amor à família, / Chegou a passar por maricas / Em casa desta Cecília». J. H. Borges Martins