[N. Ponta Delgada, 14.9.1865 ? m. Lisboa, 26.12.1959] Oficial de Armada.
Foi aluno do Colégio Militar, ingressou na Escola Politécnica e foi admitido na Escola Naval em 1883. Como guarda-marinha serviu na África Oriental, onde se distinguiu, e, em 1892, foi nomeado governador da Companhia da Pesca das Pérolas de Bazarute. De 1894 a 1895 participou nas campanhas de Lourenço Marques e, em 1895, foi secretário de António Enes, comissário régio de Moçambique, para de 1895 a 1899 servir de capitão do porto de Lourenço Marques. Em 1897 foi nomeado presidente da câmara dessa mesma cidade, por Mouzinho de Albuquerque, onde fez notáveis melhoramentos. Foi então nomeado comissário do governo português na delimitação das fronteiras da África Central. Em 1896 foi oficial às ordens de D. Carlos e posteriormente ajudante de campo de D. Manuel II.
Continuou a sua carreira em África e com sucessivas representações nacionais em conferências internacionais. Em 1922 foi director dos Serviços Marítimos e de Mobilização, e em 1925 comandante da Escola Naval.
Entre 1925 e 1928 foi elevado a comandante-chefe das praças navais no Oriente e membro do Conselho de Almirantes, durante a crise de 1927, em Xangai.
Em 1930, promovido a vice-almirante, foi o Chefe de Estado Maior Naval passando à reserva em 1931, e reformado em 1935.
Foi deputado, presidente da Liga Naval Portuguesa, Director da Companhia de Moçambique e Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (1946). Publicou manuais da sua especialidade.
Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Avis, oficial da Torre e Espada, Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e muitas outras medalhas nacionais e estrangeiras, nomeadamente oficial da Legião da Honra. J. G. Reis Leite
Bibl. Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira (s.d.). Lisboa, Editorial Enciclopédia, 14: 108, 39: 866.