[N. Ponta Delgada, 1800- m. ibid., 16.11.1875] Herdeiro de uma casa vincular da sua ilha, por ser afecto à causa liberal viu-se perseguido e ameaçado da prisão pelos realistas, o que o levou a sair de S. Miguel. A partir de 1831 vemo-lo ao lado dos liberais na sua ilha, distinguindo-se principalmente na criação do Batalhão Provisório de Guardas Civis de Ponta Delgada, corpo a que se deve a sustentação da causa liberal e a defesa da retaguarda do Exército Libertador durante o cerco do Porto. Como comandante daquele batalhão organizou-o e disciplinou-o, perseguindo guerrilhas e capturando desertores que apavoravam a ilha de S. Miguel e faziam perigar a nova ordem. Com o mesmo batalhão sufocou a ?Revolta dos Calcetas?, no castelo de S. Brás (1835).
Foi membro da Junta Governativa de Ponta Delgada (1846-47), coronel de milícias (1846), provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, membro e presidente da Junta Geral do distrito (1840), eleito deputado pelo círculo de S. Miguel em 1840 e 1851. Homem da esquerda liberal, acabou por ser o chefe dos partidos Setembrista e Histórico da sua ilha, a partir de 1847, substituindo o então falecido Visconde das Laranjeiras.
Comendador da Ordem de Nª Srª da Conceição de Vila Viçosa, por decreto de 17.11.1838. J. G. Reis Leite (Jul.2000)
Bibl. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 951. Dicionário Portugal (1906), Lisboa, Ed. Romano Torres, II: 329. Marques, A. H. O. (1987), História da Maçonaria em Portugal. Lisboa, Presença, III: 568.