Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Bettencourt, Francisco Lemos

(F. L. B. Vasconcelos) [N. Angra do Heroísmo, 3.12.1779- m. Lisboa, 14.3.1840] De uma das mais ilustres famílias da sua cidade, foi estudar para Coimbra, onde atingiu o grau de bacharel em Leis, em 1802. Passou a residir no continente, onde casou, sendo agricultor e ganadeiro, e desenvolveu a sua actividade política de liberal. Em 15 de Setembro de 1820 foi escolhido pela regência como membro do Governo Interino. Foi eleito deputado pela província da Estremadura e prestou juramento nas Cortes a 26.1.1821, voltando a ser reeleito para as Cortes Ordinárias de 1823, por Setúbal. No Cartismo foi eleito deputado pela Estremadura em 1826 e de novo em 1834. Com a Revolução de Setembro foi eleito senador, em 1838, por Angra do Heroísmo.

A inscrição existente no seu túmulo no cemitério dos Prazeres, em Lisboa, é elucidadora e por isso se transcreve: «Aqui repousam os restos mortais de Francisco de Lemos Bettencourt Vasconcelos, do Conselho de Sua Majestade a rainha D. Maria segunda, fidalgo cavaleiro da Casa Real. Em toda a sua vida, tão curta e tão ilustre, mereceu a confiança do rei e do povo; foi cinco vezes eleito deputado da nação portuguesa e duas vezes senador; sempre zeloso defensor dos interesses da agricultura, fiel à causa da liberdade e da monarquia, sofreu dura perseguição do governo usurpador e considerável perda de sua fazenda; serviu o lugar de juiz de for a da vila de Arganil; foi membro do governo interino estabelecido em Lisboa ? 15 de Setembro de MDCCCXX e exerceu o cargo de conselheiro do Tribunal de Tesouro». J. G. Reis Leite (Jul.2000)

Bibl. Castro, Z. O. (1996), Lisboa 1821. A cidade e os políticos. Lisboa, Livro Horizonte: 86. Serpa, A. F. (1917), Dois Açorianos do governo interino proclamado em 15 de Setembro de 1820 e depois, na Junta Provisional do Governo Supremo do Reino. Arquivo da Universidade de Lisboa, III: 144-140.