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Bensaúde, Maurício ou Moysés

[N. Ponta Delgada, 13.02.1863 ? m. Lisboa, 1912] Filho de Jacob Bensaúde (1830-1902) e de Fortunata Azulay (1835-1900), casou com Júlia de Fano, também cantora.

Mudou o seu nome para Maurício, temendo as perseguições aos judeus, quando actuava na Rússia. Manteve, porém, o novo nome até morrer.

Partiu para Lisboa, em 1884, para estudar medicina, chegando a frequentar a Universidade de Lisboa. No entanto, abandonou os estudos para frequentar o curso de Arte Dramática do Conservatório Nacional. Estreou-se em Lisboa, aos vinte e um anos de idade, na obra de Alves Rente D. César de Bazan. Aos vinte e seis anos, partiu para a Itália para aprender canto, tendo recebido aulas com os mestres Rossi e Pozzo. Em 1891, estreou-se em Voghera, na ópera Carmen, no papel de Escamillo. Como barítono, seguiram-se actuações de sucesso. Depois de ter actuado nas mais importantes cidades de Itália, correu as principais salas de ópera mundiais ? Argentina, Brasil, EUA, Austrália, Inglaterra, Alemanha, Rússia - cantando as óperas mais famosas, ao lado dos maiores nomes da cena lírica do tempo, nomeadamente Caruso, Darclée, Pandolfini. Cantou 46 óperas e criou a Bohéme, de Puccini, no teatro Argentino, em Roma.

Cantou várias temporadas, em Portugal onde se radicou no fim da sua vida artística. Foi professor de canto e administrou o teatro de S. Carlos, na qualidade de representante da Empresa de Madrid, Calleja & Boceta.

João de Freitas Branco escreveu a sua biografia em 1963. Fátima Sequeira Dias (Jul.2000)

Bibl. Abecassis, J. M. (1990), Genealogia Hebraica. Portugal e Gibraltar, séculos XVII a XX. Lisboa, Liv. Ferin, II, ?Bensaúde? §1, N5.