Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Guerreiro, José António

 [N. S. Martinho de Lanhelas, Caminha, 5.12.1789 ? m. ?, 1.8.1834] Frequentou com distinção a Universidade de Coimbra sendo bacharel em Cânones, em 1815 e em Leis no ano seguinte. Ingressou na magistratura e em 1819 foi despachado juiz de fora em Mértola. Integrou em 1823 o Tribunal da Liberdade de Imprensa.

Foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela província do Minho e pelo Porto às ordinárias de 1822. Em 1826 foi deputado às primeiras cortes cartistas. Nas legislaturas em que participou distinguiu-se e está hoje representado no painel da sala das sessões da Assembleia da República.

Foi ministro do gabinete de D. João VI, em 1823 e ministro da justiça no gabinete da regência, em 1826, depois da promulgação da Carta Constitucional. Emigrou em 1828, quando D. Miguel foi aclamado rei, para Inglaterra onde colaborou com Palmela.

Foi escolhido por D. Pedro para membro da regência que se instalou na Terceira e governou segundo a Carta Constitucional. Chegaram a Angra os membros da regência a 15 de Março de 1830 e logo tomaram conta do governo que exercia a sua autoridade unicamente na Terceira. José António Guerreiro distinguiu-se pela forma como organizou os planos de resistência às guerrilhas miguelistas que se organizaram na Terceira, mas a acção da regência foi muito contestada pelos próprios liberais seus adversários políticos que pretenderam aniquilá-la. Essa conjura pretendia assassinar o presidente da regência, Palmela, e deportar para fora da ilha José António Guerreiro, chamando ao poder o general Saldanha. Descoberta, contudo, a traição a regência tomou medidas para abafar e sobreviveu até ao desembarque de D. Pedro IV em Angra, a 13 de Março de 1832.

Foi José António Guerreiro, em 1833, agraciado com a Grã-Cruz da Torre de Espada e nomeado conselheiro de Estado, morrendo no ano seguinte apenas com 45 anos de idade. J. G. Reis Leite

Bibl. Dicionário Portugal (1907). Lisboa, Romano Torres, III: 867. Drumond, F. F (1981), Anais da ilha Terceira. 2.a ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, IV: 260, 278. Castro, Z. O. (dir.) (2002), Dicionário do vintismo e do primeiro cartismo. Lisboa, Assembleia da República, Afrontamento, I: 741.