Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Goulart, Francisco Vieira

 [N. Horta, 8.3.1758 ? m. Rio de Janeiro, 1830] Estudou na então vila da Horta e foi destinado pelo pai à vida eclesiástica. Partiu para Coimbra onde se doutorou em filosofia viajando de seguida pelas cidades da Europa. Regressou ao Faial em 1807, a convite do juiz de fora Joaquim Gaspar de Almeida Cândido, elaborou com ele uma memória sobre o Faial com especial destaque para a agricultura.

Aberto concurso para a vigararia da matriz hortense apresentou-se a concurso, mas o bispo opôs-se a que fosse provido, alegando incompetência para o cargo por ser surdo. Contudo, sempre se suspeitou que a verdadeira causa eram os ideais liberais do concorrente. Desgostoso, emigrou para o Rio de Janeiro onde foi bem recebido por D. João VI que o nomeou chantre da Sé de Angra (1812), o encarregou da direcção do Jardim Botânico e do Laboratório Químico da Corte e o fez fidalgo capelão. Foi ainda sócio correspondente da Real Academia das Ciências de Lisboa.

Poeta neoclássico, da sua poesia só se salvaram poucas composições por terem sido publicadas postumamente no jornal O Grémio Literário, da Horta. Foi também tradutor de Horácio. J. G. Reis Leite

Obras poéticas. (1961), [Poesia Completa] «Antigualhas» In Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 2, 3: 398-422. «Memória sobre a construção de nitreiras» [Inédita in Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa].

 

Bibl. Macedo, A. L. S. (1959), «Fayalenses Distinctos» In Boletim do Núcleo Cultural da Horta, II, 1: 105-107. Silveira, P. (1977), Antologia da Poesia Açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa: 82-84.