Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Goulart, Artur (Borges, A. G. Melo)

 [N. Velas, ilha de S. Jorge, a 12.4.1937] Completou o curso de Teologia no Seminário de Angra e licenciou-se em Arqueologia no Pontifício Istituto di Archeologia Cristiana, em Roma, Itália, tendo também concluído o Corso di Cultura sull?Arte Ravennate e Bizantine, da Universidade de Bolonha. Mais tarde, já em Évora, fez o Curso Superior Livre de Estudos Árabes, tendo ainda frequentado cursos e seminários em Estudos Hispano-Árabes, Museologia e História da Arte.

Entre 1962 e 1972 foi Professor no Seminário de Angra e, de 1968 a 1973. Chefe de redacção do jornal A União. Trabalhou no Museu de Évora, primeiro como Técnico Superior e, de 1992 a 1999, como Director. Das suas inúmeras actividades destacam-se a inventariação do acervo artístico do Museu de Évora, bem como a investigação bibliográfica e o estudo de obras de arte e material arqueológico. Foi membro do secretariado científico da exposição «Triunfo do Barroco» da Europália 91, e também colaborador científico do Campo Arqueológico de Mértola e do Núcleo Visigótico do Museu de Beja.

É membro de diversas associações especializadas, nacionais e internacionais. Tem apresentado comunicações em diversos congressos sobre Estudos Árabes em Portugal, actualmente publicadas em revistas como Arqueologia Medieval, Estudos Orientais, Portugal Islâmico e O Arqueólogo Português. Colabora em inúmeras iniciativas artísticas em Évora e tem também publicado na imprensa artigos relacionados com o património local. É autor do projecto museológico e responsável pela organização do Museu de Arte Sacra de Elvas de que é o actual Director. Desde Março de 2002 é coordenador do Inventário do Património Artístico Móvel da Arquidiocese de Évora. Foi ainda o Comissário da Exposição «Tesouros de Arte e Devoção», bem como coordenador e autor de diversos textos do respectivo catálogo.

Como poeta, encontra-se representado em todas as antologias de poesia açoriana. Foi durante o seu período de chefia da redacção do jornal A União, de Angra, que se publicou a página literária «Glacial», acontecimento marcante na cultura açoriana do final dos anos sessenta. Onésimo Teotónio Almeida

Bibl. (1998), «Epigrafia árabe no Gharb», In Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia: 227-255. (1998), «Da Natureza Morta como Metáfora», In O Impulso Alegórico. Retratos, paisagens, naturezas mortas. Lisboa, Ordem dos Médicos: 303-309. (2000), Museu de Arte Sacra de Elvas. Casa do Cabido. Elvas, Região de Turismo de S. Mamede. (2003), «Património Sacro Eborense. Inventário e Exposição», In Tesouros de Arte e Devoção. Évora: Fundação Eugénio de Almeida: 11-17.

 

 

Adenda
(…)
Exerceu o cargo de Diretor do Museu de Évora até 1999, data da sua aposentação.
De 2002 a 2014, foi coordenador do Inventário do Património Artístico Móvel da Arquidiocese de Évora e, nesse âmbito, foram publicados 18 volumes dos concelhos inventariados. Foi autor de diversos projetos museológicos, nomeadamente, do Museu de Arte Sacra de Elvas (2000) e do Núcleo da Igreja de São Francisco, de Évora (2016).
Tem colaborado em numerosos colóquios e revistas, em especial com o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, em cursos, conferências e seminários relacionados com o Património Religioso.
Foi agraciado com a medalha de Prata do Município, pela Assembleia Municipal de Velas (Açores), em novembro de 2010, ocasão em que apresentou o livro de poemas No Fio das Palavras.
A 29 de junho de 2012, recebeu a medalha de Mérito Municipal – Classe Prata, pela Câmara Municipal de Évora, e em janeiro de 2017, foi distinguido pelo Rotary Club de Évora, como Profissional do Ano pela atividade em prol da Cultura, em particular no Inventário do Património Artístico Religioso da Arquidiocese de Évora.
A Casa dos Açores promoveu, a 10 de dezembro de 2021, uma sessão de homenagem a Artur Goulart de Melo Borges, na qual foi lançado o livro Açores e Alentejo no mesmo barco. Crónicas e um Texto Pânico (ed. Companhia das Ilhas). Ranu Costa (2022)