O Banco D. João de Castro corresponde ao topo de um vulcão submarino, do tipo centrado, localizado aproximadamente a meia distância entre as ilhas de S. Miguel e Terceira.
O ponto mais elevado, que se encontra apenas a 8 m de profundidade, tem as coordenadas 38°14?N-26°37?W e dista 79 km para oés-noroeste da Ponta da Ferraria (S. Miguel) e 63 km para sueste da Ponta das Contendas (Terceira).
Este vulcão, que apresenta planta sensivelmente circular, tem aproximadamente 25 km de diâmetro na base e eleva-se de uma profundidade de cerca de 1600 m.
Trata-se de um edifício vulcânico activo onde se registou um evento vulcânico em tempos históricos, a erupção submarina de 1720. Aquele episódio eruptivo, que apresentou características idênticas às da fase inicial do vulcão dos Capelinhos, edificou uma ilha que rapidamente foi arrasada pelo mar.
Pesquisas recentes, efectuadas por investigadores da Universidade dos Açores, revelaram intensa actividade hidrotermal no topo do vulcão.
A instalação no arquipélago de redes sismográficas sensíveis, no decurso das últimas duas décadas, permitiu registar actividade microssísmica muito frequente associada ao Banco D. João de Castro. Com efeito, a localização daquele edifício vulcânico encontra-se tectonicamente controlada por duas zonas de falha: uma, orientada na direcção WNW-ESE, corresponde ao acidente tectónico que constitui o bordo sudoeste da Bacia Hirondelle; a outra, com direcção NNW-SSE, pertence à mesma família da falha que gerou o sismo de 1 de Janeiro de 1980 e dos acidentes que limitam os topos noroeste e sueste da Bacia Hirondelle. O vulcão situa-se, portanto, no cruzamento de duas falhas, tal como a maioria dos principais edifícios vulcânicos dos Açores.
Porque se trata de um vulcão activo, com o topo praticamente ao nível do mar, é muito provável que venha futuramente a constituir uma nova ilha. Ver bancos submarinos. José Madeira (Abr.1998)