A região dos Açores apresenta batimetria complexa. Apesar daquela área de fundo oceânico receber normalmente a designação de Plataforma dos Açores, a sua morfologia está longe de apresentar a regularidade que o nome sugere. Com efeito a região apresenta relevos submarinos alongados ou com planta aproximadamente circular, cujas porções emersas constituem as ilhas do arquipélago, alternando com zonas profundas, às vezes constituindo bacias submarinas fechadas.
Aquelas elevações submarinas constituem importantes empilhamentos vulcânicos associados a vulcanismo fissural ao longo de falhas activas ou a vulcões centrados, relacionados com o cruzamento de acidentes tectónicos.
As bacias submarinas correspondem geralmente a porções de litosfera oceânica afundada entre falhas, constituindo, portanto, depressões tectónicas.
Uma das principais estruturas dos Açores, o Rifte da Terceira, é um alinhamento tectono-vulcânico formado por uma alternância de bacias tectónicas separadas por edifícios vulcânicos; de noroeste para sueste encontram-se a Bacia Ocidental da Graciosa, a ilha Graciosa, a Bacia Oriental da Graciosa, a ilha Terceira, a Bacia Hirondelle, a ilha de S. Miguel, a Bacia de S. Miguel, os ilhéus das Formigas e o desfiladeiro submarino das Formigas. O extremo sueste daquele alinhamento entronca na Falha Gloria que constitui o segmento central da fronteira de placas Açores-Gibraltar.
A sul de S. Miguel, entre esta ilha e a de Santa Maria, bordejada a oeste pelo Banco Mónaco e a oriente pelo rebordo oeste da Bacia de S. Miguel, existe uma outra região deprimida cujo fundo se encontra a profundidades de 2000 a 2200 m. A esta depressão, a que nunca foi atribuída designação, poder-se-á dar o nome de Bacia de Santa Maria.
Entre o Banco Princesa Alice e o relevo da dorsal existe outra depressão tectónica, delimitada por falhas com direcção NW-SE, na qual se registam profundidades superiores a 2600 m. A esta depressão poder-se-á dar o nome de Bacia da Princesa Alice. José Madeira (Abr.1998)