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Bacia Hirondelle

A bacia mais importante do Rifte da Terceira, em termos de superfície e de profundidade, é a Bacia Hirondelle que se estende entre as ilhas Terceira e de S. Miguel. Pelo lado norte a bacia está fechada por uma crista alongada, orientada segundo a direcção NW-SE na metade noroeste e com direcção WNW-ESE na porção oriental. O topo desta crista situa-se a profundidades entre os 1000 m e os 1400 m, embora em seis ou sete locais apresenta profundidades inferiores (por exemplo a baixa Bonito cujo topo se encontra apenas 27 m abaixo da superfície do mar). Num destes pontos menos profundos ter-se-á localizado a erupção histórica submarina de 1862. O bordo sul da bacia, que apresenta direcção aproximada NW-SE, é menos regular e encontra-se interrompido pelo edifício vulcânico que constitui o Banco D. João de Castro.

Aquele vulcão submarino divide em duas porções a Bacia Hirondelle, as quais são normalmente chamadas Bacia Hirondelle do Norte e do Sul. A bacia noroeste é menos profunda, em pouco ultrapassando os - 2200 m, o que poderá resultar de enchimento por sedimentos e materiais vulcânicos provenientes da ilha Terceira e do Banco D. João de Castro. A Bacia Hirondelle do Sul é bastante mais profunda, ultrapassando os -3200 mna sua metade sueste. Existem, por conseguinte, desníveis superiores a 2000 m entre o fundo da depressão e as regiões envolventes.

A morfologia desta região da Plataforma dos Açores é o resultado de importantes movimentações tecónicas que provocaram o afundamento de um bloco de litosfera, entre falhas orientadas segundo as direcções WNW-ESE a NW-SE e NNW-SSE a N-S, e de intensa actividade vulcânica que edificou as ilhas Terceira e de S. Miguel e o vulcão do Banco D. João de Castro.(Abr.1998)

A este quadro tectono-vulcânico está associada sismicidade intensa, tendo-se registado vários sismos históricos e instrumentais com magnitudes superiores a 4,5 e abundante microssismicidade nas últimas duas décadas. Ver bacias submarinas dos Açores. José Madeira