[N. Ponta Delgada, 5.2.1910 - m. ibid., 8.7.1991] Pintora. Nome artístico de Maria Luísa de Athaíde da Costa Gomes. Após a morte de seu pai, o Dr. Luís Bernardo Leite de *Athaíde, dirigiu durante vinte anos a secção de Arte e Etnografia do Museu Carlos Machado em Ponta Delgada, criando uma nova secção infantil ? Bonecas e Brinquedos ?, com o objectivo de fundar um Museu da Criança. Organizou também a secção de Trajes, tema desde cedo presente nos seus interesses, pois é de sua autoria o traje do Grupo Folclórico da ilha de S. Miguel (1955).
Dos mestres que teve, Luísa Athaíde destacava o pintor Domingos Rebelo, com o qual cursou pintura e desenho durante três anos, Eduardo Malta, que a introduziu no retrato, Berta Borges para as noções de aguarela, José Contente com o qual aprendeu a trabalhar a lápis e a tinta-da-china e Eduarda Lapa, que lhe ensinou a técnica de pintar flores. Podemos dizer que os seus critérios de exigência pessoal levaram-na por vários caminhos, iniciando uma fase que podemos classificar de figurativa, onde as flores alcançam um fulgor notável, passando depois para uma fase de âmbito abstraccionista e seguidamente para uma simbolista. Na sua pintura, abstraccionismo e simbolismo juntam-se, como salienta Mário Oliveira (1970): «Maria Luísa não pinta imagens da realidade objectiva, pinta antes imagens do seu mundo.» Eram as cores alusivas à terra açoriana, que eram levadas à tela por abstracção da paisagem.
Na década de 60, teve um papel importante no desenvolvimento da pintura em S. Miguel, quando em 1966 expôs na biblioteca do Liceu Antero de Quental uma variedade de trabalhos em que utilizou várias técnicas com intuito pedagógico. Daqui nasceu o núcleo da Artes Plásticas daquela escola, onde a pintora dava aulas gratuitas e que muito a satisfaziam. Expôs em 1971 e 1972 na Galeria 2 no Porto, quando a crítica realçou a sua obra como «plena de modernidade». Em 1973, no Hotel Lisboa, em Macau, expôs conjuntamente com sua filha, a escultora Luísa Constantina. Ainda na década de 70 foi para os Estados Unidos, onde dá aulas, pinta e expõe: em 1976, no Fairhaven Savings Bank; 1977, no Bristol Art Museum; 1979, na Washington World Gallery; 1982, no Portuguese National Tourist Office, em Nova Iorque. O grande estudioso de Antero de Quental, Rui Galvão de Carvalho, pediu-lhe para ilustrar alguns dos sonetos do poeta, trabalho a que se dedicou de alma e coração e que expôs em 1988 no Museu Carlos Machado. Margarida Vaz do Rego (Dez.1997)
Bibl. Correio dos Açores (1972), Luísa Athaíde expõe na Galeria 2 no Porto. 13 de Junho. Id. (1972), Uma pintora micaelense, Luísa Athaíde expôs no Porto e Matosinhos. 3 de Agosto. Diário dos Açores (1991), Lembrando Luísa de Athaíde 8 de Agosto. Açoriano Oriental (1991), No 30.º dia da morte de Maria Luísa Athaíde Costa Gomes. 9 de Agosto. Oliveira, M. (1988), Pintura de Luísa Athaíde, In Catálogo da Exposição Temporária no Museu Carlos Machado. Ponta Delgada.