Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Cabreira, Deocleciano Leão de Brito

(barão de Faro) [N. Faro, 15.8.1772 - m. Londres, 4.10.1839] Assentou praça com dispensa de menoridade, no Regimento de Artilharia do Algarve, a 3.10.1778. Era segundo-tenente em 1800, tendo feito a campanha de 1801. Durante a ocupação francesa de 1807-1808 refugiou-se em Inglaterra. Capitão em 1808, fez parte da Companhia de Artilharia da Leal Legião Lusitana. Major em 1808, participou na Guerra Peninsular, distinguindo-se nas campanhas em Espanha. Era tenente-coronel em 1818. Governador de Armas do Algarve, foi graduado em brigadeiro em 1820. Em 1823, emigrou para Espanha, na sequência dos acontecimentos políticos dessa época, sendo riscado do exército para ser reintegrado pela regência. Com o fim do Cartismo, em 1826, emigrou de novo para Inglaterra.

Quando se deu na Terceira a revolta de Caçadores 5, em 22 de Junho de 1828, que estabeleceu um governo liberal, foram pedidos socorros a Palmela, que enviou de Londres para Angra o brigadeiro Deocleciano Cabreira, o qual tomou o comando geral das armas e a presidência do governo. Mais tarde, transformou-se este governo em Junta Provisória, por ele presidida e que organizou a resistência da Terceira, derrotou os miguelistas e organizou o primeiro governo liberal em Portugal, proclamando os Açores província, com capital em Angra, e estabelecendo Secretarias de Estado. A vida desta Junta foi muito agitada devido às circunstâncias e aos contínuos desentendimentos dos seus membros, principalmente entre o presidente Cabreira e o coronel Silva Torres, o que levou à demissão daquele, em 3 de Março de 1829, e sua substituição pelo irmão, Sebastião Drago Valente de Brito *Cabreira. Retirou-se então para Inglaterra, magoado por não lhe atribuírem a função de capitão-general dos Açores, para cujo cargo foi escolhido o conde de Vila Flor.

Integrou, em 1832, o Exército Libertador, desembarcando no Mindelo e servindo no cerco do Porto. Foi governador de armas do Algarve, em 1833, tenente-general em 1836 e comandante da Força Armada de Lisboa, em 1837.

Por decreto de 15.12.1833, recebeu a mercê de conselheiro e barão de Faro. J. G. Reis Leite (Jan.2001)

Bibl. Drumond, F. F. (1981), Anais da Ilha Terceira. 2ª ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, IV: 144-202. Nobreza de Portugal (1960), Lisboa, Ed. Enciclopédia, II: 576.