Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Arrais, Luís Pinto de Mendonça

(barão e visconde de Valongo) [N. Seia, 9.7.1787 - m. Lisboa, 30.7.1859] Frequentou o Colégio dos Nobres, em Lisboa, e depois a Universidade de Coimbra, sendo bacharel em Direito (1808). Seguiu a carreira militar: alferes (1809), tenente (1811), neste posto tomou parte na Guerra Peninsular, onde se distinguiu, capitão (1817), servindo no Brasil até 1823, onde foi promovido a major (1818), tenente-coronel (1826). Liberal, apoiou a malograda Revolta do Porto (1828) e por isso emigrou para a Galiza, seguindo para Inglaterra e daí para a ilha Terceira a juntar-se às forças liberais. Integrado no exército libertador, de D. Pedro IV, comandou os Voluntários da Rainha, no Mindelo. Durante o Cerco do Porto foi ferido em Valongo. Coronel (1832), brigadeiro (1833). A 15.7.1833 foi nomeado prefeito da Província Ocidental dos Açores e a 15.9.1835, governador civil de Angra, cargo que exerceu até 3.3.1836, sendo assim o primeiro governador do distrito. Marechal de campo (1845) e tenente-general supranumerário (1847). Foi ainda comandante de várias divisões militares e governador civil de Braga e Coimbra. Durante o seu governo açoriano, que exerceu ao findar a guerra civil em Portugal, tratou de instalar a nova estrutura, nomeadamente a Junta Geral e de apaziguar a sociedade, acabando com os exílios políticos e com as guerrilhas. Fidalgo cavaleiro da Casa Real, do Conselho do SMF, grã-cruz da Ordem de Avis, comendador da Torre e Espada, condecorado com a Cruz n.º 4 da Guerra Peninsular. Por decreto de 20.9.1835 foi feito barão de Valongo e elevado a visconde por decreto de 10.3.1842. J. G. Reis Leite (Jun.1997)

Bibl. Dicionário Portugal (1915), Lisboa, Ed. Romano Torres, VII: 297. Nobreza de Portugal (1961), Lisboa, Iniciativas Editoriais, III: 472. Sampaio, A. S. (1904), Memória sobre a Ilha Terceira. Angra do Heroísmo, Imp. Municipal: 767 e segs.